Política Titulo Diadema
Vice de Lauro, PTB vai para a oposição

Presidente paulista, Campos Machado diz
que prefeito foi desleal: ‘Humilhação tem limite’

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
28/01/2015 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


Mesmo ocupando a vaga de vice, o PTB está fora do governo do prefeito Lauro Michels (PV) em Diadema. Presidente paulista do PTB, o deputado estadual Campos Machado anunciou rompimento com o verde, a quem chamou de desleal, e garantiu que a legenda estará na oposição, se necessário até mesmo ao lado do PT na eleição municipal de 2016.

Em visita à sede do Diário, Campos reclamou bastante da postura de Lauro no tratamento com a vice-prefeita Silvana Guarnieri. Ele acusou o prefeito de abandonar a aliada e reduzir ao máximo o espaço do PTB na administração. Até o início do ano passado, Silvana acumulava função de secretária de Assistência Social e Cidadania, mas foi exonerada depois de externar desejo de ser candidata a deputada federal. Desde então, está à parte dos debates do governo e não pôde sequer indicar pessoas próximas para cargos de confiança no Executivo.

“Não faz sentido o que o prefeito está fazendo ao PTB e à vice. Tentando desmoralizá-la a todo momento. Humilhação tem limites. A partir de hoje não temos compromisso. Encerrou-se o diálogo”, prometeu Campos Machado. “Se ele (Lauro) for o único candidato em Diadema, o PTB vota em branco. Vamos olhar com lupa todos os atos (da administração verde). Qualquer irregularidade que surja vamos ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas.”

Em 2012, Silvana chegou a lançar candidatura própria ao Paço, porém recuou após convite do PV de composição da chapa até então de oposição, rival ao projeto de reeleição do prefeito Mário Reali (PT). À frente da Prefeitura, Lauro pouco deu visibilidade à sua vice. Patrocinou nos bastidores avanço da CPI que apura suposta irregularidade cometida por ela em Palmas, no Tocantins. Também declarou que a vaga de vice estava aberta em 2016, em nenhum momento sugerindo a manutenção da dobrada vitoriosa de três anos atrás.

Segundo Campos, “não há possibilidade de diálogo com quem é desleal”. O cacique petebista afirmou que o partido estará na eleição “do lado oposto a Lauro”. “Não se descarta mais nada a partir de hoje, a não ser a parceria com o prefeito. Podemos estar com o PSDB, PCdoB, PT, PR, DEM e até com o Obama. Com o Lauro, não”, comparou Campos Machado, citando até o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

Petistas ensaiam candidatura do ex-prefeito José de Filippi Júnior ao Paço justamente em movimento de aglutinação de forças de oposição e de atração de siglas que hoje estão ao lado do prefeito.

Campos Machado não cravou o lançamento de candidatura própria, mas disse que trabalha para fortalecimento dos quadros da sigla na cidade, onde não possui vereador. Dentro desse cenário, cogitou até indicar vice em candidaturas oposicionistas mais consolidadas.
Lauro Michels não retornou aos contatos da equipe do Diário. 




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