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Desocupação em São Bernardo termina em confronto com a GCM

Prefeitura diz que operação foi feita para impedir novas invasões

Daniel Macário
Especial para o Diário
22/01/2015 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


Mais uma desocupação comandada pela GCM (Guarda Civil Municipal) de São Bernardo terminou em confusão na manhã de ontem, no assentamento Skaff, no bairro Batistini. Quatro guardas ficaram feridos, três pessoas foram presas e um caminhão foi incendiado. O caso foi registrado no 8º DP (Alvarenga).

A operação, cujo objetivo era retirar 18 barracos construídos no domingo, teve início às 8h30 e contou com efetivo de 100 GCMs e apoio de 16 viaturas da PM (Polícia Militar), sendo que três foram apedrejadas e ficaram com vidros quebrados. O Corpo de Bombeiros e o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) também participaram.

Moradores afirmam que a violência teria começado depois de ataques feitos pelos guardas. “Isso é um abuso de poder. Eles já chegaram invadindo casas de famílias com crianças e jogaram cinco bombas, ferindo mulheres e bebês. Lógico que revidamos”, relata Valter Machado, 27 anos.

O confronto se estendeu durante toda a manhã, o que demandou o envio de reforços da GCM. O efetivo adicional foi enviado quando um grupo conseguiu montar três barricadas na Estrada da Servidão.

A auxiliar de limpeza Regina Francisco de Oliveira, 35, foi uma das moradores que tiveram que abandonar o trabalho para ir até o local ajudar sua família. Mãe de um rapaz de 18 anos que se feriu na confusão, a munícipe ficou indignada com a ação. “Como pode eles invadirem minha casa e espancarem meu filho com chute na cabeça?”

Segundo a Prefeitura, o objetivo da ação foi “impedir a ampliação de ocupação irregular em assentamento precário localizado em área de proteção e recuperação dos mananciais.” A administração diz que “agiu em defesa da negociação que sustou a reintegração de posse das 159 famílias moradoras antigas cadastradas”, e que, desde 2009, atua “para viabilizar a solução habitacional” dessas pessoas.

A Secretaria de Habitação informa que, em dezembro, foi constatada a existência de moradias não cadastradas no local, e que os habitantes foram notificados para deixar a área. Foi dado prazo até o dia 31 para que o terreno fosse desocupado. “Porém, nos últimos dias foram identificadas novas tentativas de construção no assentamento por pessoas de má-fé que ‘vendem lotes’ – que não existem. Para desmobilizar estas ocupações – e que não incluem as famílias notificadas em dezembro – vêm sendo realizadas operações de desmonte de piquetes”. Sobre o confronto, a GCM garante que apenas se defendeu da resistência violenta. 




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