A ONU precisará de muito tato para realizar a missão de verificação das armas proibidas, sobretudo porque o controle internacional estava suspenso desde 1998. A missão anterior da ONU, acusada de parcialidade pelos iraquianos, teve que deixar aquele país, que sofreu em represália quatro dias de intensos bombardeios americanos.
"Caberá a Blix estabelecer a verdade", disse um diplomata europeu, referindo-se ao papel determinante do diretor da missão da ONU no Iraque, o sueco Hans Blix, especialista em desarmamento. O chefe da Unmovic (Comissão de Controle, Verificação e Inspeção da ONU) será um dos destinatários da declaração que os iraquianos terão que preparar até 8 de dezembro. A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) e o Conselho de Segurança da ONU também receberão o documento.
Não há nenhum indício até o momento de que os iraquianos pretendam apresentar a declaração antes do prazo final, disse o porta-voz da ONU em Bagdá, Hiro Ueki. O documento iraquiano deve, como exige a resolução 1441 do Conselho de Segurança da ONU, estabelecer "uma lista atualizada, exata e completa".
"A declaração de 8 de dezembro é uma etapa essencial do desarmamento", declarou hoje um diplomata em Bagdá. "Temos que saber o que acontece no Iraque. Há zonas nebulosas, principalmente nos campos biológico e balístico", disse o diplomata, que pediu para não ser identificado.
Para os Estados Unidos, não há dúvidas sobre os esforços do Iraque para se rearmar. "Desde que as inspeções terminaram, em 1998, o Iraque continuou seus esforços no campo das armas químicas, retomou seu programa de mísseis e investiu ainda mais em seu programa de armas biológicas", destacava em outubro um relatório da CIA (agência de inteligência americana).
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