Familiares e amigos do engenheiro brasileiro João José de Vasconcelos Júnior, seqüestrado há um mês no Iraque, realizaram neste sábado uma manifestação na Avenida Paulista, região central de São Paulo. De acordo com números divulgados pela PM (Polícia Militar), cerca de 300 pessoas participaram do ato.
O objetivo do ato, segundo o irmão do engenheiro, Luiz Henrique Vasconcellos, é buscar o apoio de representantes das comunidades árabes. "Se cada um deles fizer um trabalho com algum conhecido seu, algum religioso ou algum líder de comunidade do Oriente Médio, esperamos que essa mensagem em prol da liberação dele se espalhe, e a gente consiga sensibilizar o maior número de pessoas no mundo inteiro", explicou.
O filho mais velho do engenheiro, Rodrigo, lembrou que é preciso mostrar ao povo árabe que o povo brasileiro é pacífico e não apoiou o conflito no Iraque, e que essa mensagem chegue até os seqüestradores de seu pai e os sensibilize. "Esta é a nossa esperança", afirmou.
Carla, uma das irmã de Vasconcellos Júnior, disse que os apoios recebidos até agora têm fortalecido a família. "Temos muita fé em Deus e, por não termos tido nenhum contato, não sabermos a natureza do seqüestro, a gente investe as nossas fichas e renova nossas esperanças", enfatizou. Ela destacou, também, o "apoio total" que a família tem do governo federal e da Construtora Odebrecht, empresa na qual seu irmão trabalha.
"É um alento a mais para a gente saber que o ministro (Relações Exteriores – Celso Amorim) está lá no Oriente Médio, tratando diretamente do assunto. O governo e a Odebrecht têm tomado as ações necessárias, naturalmente, em total transparência e comunicação com a família", enfatizou.
A outra irmã do engenheiro, Isabel Vasconcellos, disse que o único contato que a família teve, até o momento, foi um vídeo que informava o seqüestro. Outras notícias que chegaram, sem confirmação, são contraditórias. "Queremos mostrar ao mundo árabe que nós somos um povo solidário, irmão e amigo. No Brasil não existe distinção de raça, crença ou religião. Eles estão com o irmão errado", ressaltou.
Apesar das notícias desencontradas, o representante da Comunidade Muçulmana no Brasil, Sheik Ali Abdouni, que já fez vários contatos com lideranças religiosas no Líbano, deu esperanças à família, lembrando que já houve casos anteriores nos quais famílias de seqüestrados ficaram até três meses sem notícias e seus parentes foram libertados.
O vice-representante da Comunidade Muçulmana no Brasil, Sheik Jihad Hassan Hammadeh, disse que a expectativa é que o apelo pela libertação do engenheiro chegue aos seqüestradores. Ele acrescentou que a comunidade ajudou os representantes do governo brasileiro a contatar os Conselhos dos Sábios do Iraque e do Líbano, viajando ao Oriente Médio para divulgar um apelo pela libertação de Vasconcellos Júnior.
"O apelo foi divulgado pelo Oriente Médio em todos os meios de comunicação e isso, chegado ao povo, certamente chega aos seqüestradores", explicou. "Estamos aguardado agora para ver os frutos disso que, com certeza, serão positivos. Esta é a nossa esperança e a nossa crença, e se for necessário voltarmos (Oriente Médio), cancelaremos todos os nossos compromissos".
A CUT (Central Única do Trabalhador), a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), a Força Sindical e a Confederação Nacional das Entidades Líbano-Brasileiras também marcam presença na manifestação.
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