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Mais sangue na telinha
Márcio Maio
Da TV Press
04/01/2009 | 07:00
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A Record não se cansa de apostar nas cenas de ação para prender a atenção dos telespectadores. Tanto que estreia amanhã, às 23h15, A Lei e o Crime, primeira série da nova fase de dramaturgia do canal. Escritos por Marcílio Moraes, os episódios - como o nome já sugere - são recheados de tiroteios, perseguições policiais e valores morais conflitados com as regras impostas pelos traficantes. Com isso, é difícil fugir da sensação de já ter visto suas cenas no ar. Tudo faz lembrar o sucesso Vidas Opostas, do mesmo autor, que a Record exibiu há dois anos. "Sabemos que as comparações existem, mas não há motivos para fingir que não é proposital. Minha ideia era aproveitar a aceitação que a novela teve", assume Marcílio.

Nem por isso o projeto deixa de ter novidades. Primeiro, pela forma como está sendo gravado. Em todas as cenas, o diretor Alexandre Avancini utiliza apenas uma câmera. A Viper, que custa aproximadamente US$ 500 mil, garante qualidade em alta definição, o que pode render uma abertura maior da série no mercado exterior. Mas como contraponto, demanda mais tempo e atrasa o ritmo de trabalho da equipe, que estreia com apenas quatro capítulos finalizados. "O resultado compensa os esforços", resume Avec, como é chamado pelos colegas de trabalho.

VINGANÇA - Na história central, Nando, personagem de Ângelo Paes Leme, é um ex-paraquedista que, desempregado e cansado das reclamações em casa, mata o sogro em um momento de desespero. Fugitivo da polícia, se esconde no Morro da Alvorada e, para garantir uma vaga no tráfico, passa por algumas provas. Entre elas, um assalto dentro do túnel Rebouças, um dos que ligam a Zona Norte à Sul do Rio.

Durante a ação, o rapaz mata um homem, pai de Catarina, de Francisca Queiroz. Nando consegue o posto entre os bandidos e chega até a assumir o comando do bando, mas ganha uma inimiga: Catarina decide estudar e consegue ser aprovada como delegada, assumindo justamente a delegacia responsável pela área da comunidade. "Minha personagem não é uma justiceira. Interpreto uma mulher que, por meio da lei, vai fazer de tudo para vingar a morte do pai", explica Francisca, que interpreta sua primeira protagonista na TV.

A série conta com 16 episódios e a previsão é de que fique no ar até o dia 20 de abril. O orçamento é de R$ 500 mil.

CARONA NA ‘TROPA' - Além das semelhanças com Vidas Opostas, a Record também pega carona no fenômeno Tropa de Elite. Como a Globo desistiu de levar ao ar um seriado inspirado no longa de José Padilha, Caio Junqueira e André Ramiro, que interpretavam os aspiras Neto e André Matias, ficaram livres para assinar com a concorrência. E foi o que fizeram. O primeiro continua na pele de um policial, desta vez corrupto. Já André Ramiro não topou encarnar um tipo parecido com o do filme. Por isso, ganhou o traficante Tião Meleca. "Pedi porque queria mudar. Todo o elenco do Tropa ficou muito marcado, não dá para repetir", opina o ator.

A preocupação de não representar novamente certos perfis também valeu para os que participaram de Vidas Opostas. Felipe Martins, por exemplo, dá vida ao presidente da associação de moradores da comunidade. Um tipo honesto e justo, bem diferente do traficante que encarnou no folhetim.

Heitor Martinez, que viveu o grande vilão Jackson, chefe do Morro do Torto da novela, volta na pele de um inspetor da polícia acusado de pedofilia e outros crimes. "A temática já é a mesma, não dá para repetir muito. Se fizéssemos isso, seria mais problemático para tentar distanciar A Lei e o Crime de Vidas Opostas", explica o autor, que participou da escolha do elenco.




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