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Tem espaço na van
Cássio Gomes Neves
Do Diário do Grande ABC
16/12/2006 | 20:12
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Era o convite para um baile que Seu Jorge, compositor, e Ed Motta, intérprete, faziam na canção Tem Espaço na Van, hit absoluto do disco Poptical, de 2003. Na letra da música, o convidado era identificado apenas como “meu bem” e convocado para um baile que “tava bom”, “tava dez”. Foi atrás de um espaço na van que o Diário procurou duas bandas do Grande ABC, Prado Blues Band e Nitrominds, ambas de reconhecida representatividade dentro dos gêneros musicais em que operam.

Nesse contato, não havia qualquer pretensão da reportagem de um dia ser chamada de “meu bem” pelos artistas. A idéia era acompanhar o baile que promovem, observar os detalhes que precedem seus shows, as intimidades e os bastidores de uma performance que pode durar não mais que uma hora, mas cujos preparativos podem necessitar de um tempo muito maior para que tudo saia conforme o script.

Após algumas consultas, foram escolhidas as duas bandas às quais o Diário pediria carona. Uma, a Prado Blues Band, é relativamente jovem e tem como base São Caetano. Fundada há cinco anos, é formada pelos irmãos Igor e Yuri Prado, por Marcos Klis e por Ivan Márcio. É considerada a primeira banda brasileira a praticar o jump blues, ramificação do ritmo norte-americano desenvolvida ao longo dos anos 40 e 50 e que tem a alta voltagem sonora como compromisso.

A Prado vive atualmente um de seus melhores momentos. Tem seus discos comercializados com certo sucesso nos Estados Unidos. São três os álbuns, o último deles gravado com Flávio Guimarães, gaitista que forjou o Blues Etílicos e um dos principais nomes do instrumento no Brasil atualmente. Pertence à turnê desse disco gravado com Flávio o show da Prado que a reportagem acompanhou, em Sorocaba, há exatamente um mês. E de carona em um dos carros usados para transportar músicos e instrumentos.

A segunda banda, a Nitrominds, é um grupo criado em Santo André há 13 anos e que está prestes a lançar o quinto disco de carreira. O trio André, Lalo e Edu goza de uma fama singular no circuito hardcore brasileiro: a platéia de seus shows costuma cantar suas músicas de fio a pavio, sem titubear. Ademais, já fizeram meia dúzia de turnês pela Europa.

Com a Nitrominds, o processo da reportagem foi outro. Em vez de viajar com a banda, o Diário acompanhou um ensaio e o show em uma das casas mais requisitadas pelo rock alternativo de São Paulo. A conclusão, no entanto, é a mesma: ser músico demanda técnica, músculos e muito bom humor.




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