Economia Titulo
Grande ABC desenvolve novos motores flexfuel
Por Daniel Trielli
Do Diário do Grande ABC
09/12/2006 | 20:02
Compartilhar notícia


Se é preciso de alguma prova que as instituições acadêmicas do Grande ABC estão atrás de novas tecnologias, não é preciso procurar muito. Seja em desenvolvimento de técnicas em engenharia automotiva ou química, as universidades da região mostram a cara e sinalizam cada vez mais projetos interessantes.

O Insituto Mauá de Tecnologia garante sua posição no campo de inovação ao incentivar o trabalho de novas técnicas nos trabalhos de graduação. É o caso dos alunos formandos de Engenharia Mecânica da Escola de Engenharia Mauá. No laboratório da Divisão de Motores e Veículos é que surgem as inovações.

“Todos alunos de último ano têm de fazer o trabalho de final curso. Geralmente nesse trabalho se vê muitas coisas interessantes aparecendo”, diz o professor José Roberto Augusto Campos, chefe da divisão de Motores e Veículos. “Tivemos um ótimo desempenho dos trabalhos dos alunos e um dos destaques deste ano é o motor com ciclo diesel trabalhando com álcool”, destaca.

O trabalho que Campos cita foi desenvolvido por um grupo de formandos composto por Bruno Rubega Pimentel, Edgar Castagnaro Belaz, Elmer John Hartman Junior, Herickson Faria de Moraes e Pedro Henrique Bertini Scucuglia. O projeto, que conquistou o 6º lugar da disputa do Congresso SAE Brasil (Sociedade dos Engenheiros da Mobilidade). Trata-se de um motor de diesel modificado levemente para poder trabalhar com o derivado de cana.

O segredo, de acordo com Scucuglia, são velas incandecentes que possibilitam a queima do álcool. “Decidimos que o caminho ideal era na questão das fontes renováveis, que é uma área que tem tido bastante debate e preocupação”, explica o aluno prestes a se formar. “Conversamos muito sobre quais seriam os benefícios de transformar uma frota movida a combustível fóssil (diesel) para renovável (etanol)”, conta Scucuglia.

Ele conta que projetos como o seu são fruto de uma filosofia implantada pela Mauá. “Todos nós somos estimulados a criar produtos que sejam novidade. Além disso, que tragam um benefício tecnológico pra sociedade. Isso foi o que movia a gente desde o ano passado, quando nos reuníamos para decidir qual seria exatamente o tema”, diz o formando.

E essas tecnologias desenvolvidas não vão ficar limitadas à academia, já que parcerias com o setor privado são regra na Mauá. No caso do motor diesel/álcool, a empresa que colaborou com os alunos é a fabricante de motores MWM-Internacional. “Eles cederam o motor para modificação e outros componentes. A participação da Mauá foi fornecer a verba para compra de alguns equipamentos necessários e cedero banco de provas”, explica Scucuglia.

Com esse modelo, todos ganham. “A Mauá intermediou, então a gente teve condições de levar o projeto em frente. E como a MWM fez esse trabalho com a gente, eles têm todo o acesso à tecnologia. Eles até divulgam na empresa o nosso trabalho, afinal é interessante para eles também.”



Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;