Em plena véspera de Natal, consumidores não conseguiam
falar pelo 115 do Semasa, que jogou a culpa para a Sabesp
Em plena véspera do Natal, moradores de pelo menos 15 bairros de Santo André ficaram sem água. Em alguns casos, como no Parque Erasmo, Jardim Santa Cristina e na Vila Suíça, o problema persistia ontem, até o fechamento da edição, às 14h30, pelo quarto dia. Sem saber o motivo, os consumidores ficaram reféns do Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André, autarquia responsável pelo abastecimento na cidade. O serviço telefônico de atendimento público 115 simplesmente não funcionava.
O Semasa informou, em nota, que "o problema era decorrente de pane elétrica na Estação Elevatória Sapopemba" da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, responsável por 70% do envio de água a Santo André. O que, segundo o Semasa, "provocou a irregularidade na vazão e gerou pontos de desabastecimento em vários bairros da cidade".
O que foi contestado pela Sabesp ontem. Segundo a empresa, na noite da sexta-feira, entre 18h e 22h, faltou energia elétrica na ETE Sapopemba. Porém, o problema teria sido normalizado com o restabelecimento da energia no mesmo dia. Ontem, inclusive, o fornecimento de água aos reservatórios do Semasa foi "normal".
Independentemente de quem seria o responsável pelo desabastecimento, os moradores ficaram na mão exatamente no dia de reuniões e celebrações com as famílias.
No Parque Novo Oratório, a situação era complicada e as reclamações de moradores e comerciantes, as mesmas: falta de água nas torneiras.
Foi o caso da cabeleireira Gláucia Marinheiro, 32 anos, que teve de fazer malabarismo para atender as clientes na véspera do Natal. "Estou com a agenda cheia e com esse problema", afirmou, desistimulada. O jeito foi contar com a ajuda das vizinhas, que ainda tinham água nas caixas e encher os baldes. A lavagem do cabelo tingido da cliente foi na base da canequinha.
No mesmo bairro, os moradores reclamaram que o problema de intermitência no fornecimento começou há cerca de cinco meses. "Temos água aqui entre 5h e 11h. Depois acaba. E ninguém sabe a razão", afirmou a dona de casa Belly Prado, 67 anos.
A situação não era diferente na Avenida Jorge Beretta, no Parque Erasmo. "São quatro dias direto sem água da rua", disse a dona de casa Rosemeire Batista Sandri, 43, que ontem receberia os familiares para a ceia. As duas caixas, que totalizavam 2.000 litros, zeraram. O resultado foi louça acumulada na pia.
Na Rua Almada, no Jardim Santo Alberto, assim como outros bairros, a água secou na sexta-feira à noite.
A previsão do Semasa era de que a situação fosse normalizada em todos os bairros na madrugada de hoje.
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