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Marisa abre capital e vira loja de departamento
08/10/2007 | 07:05
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A rede de lojas Marisa vai repetir o caminho já trilhado por duas de suas principais concorrentes: Riachuelo e Renner.

No próximo dia 22, ela deve estrear na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) com uma oferta que pode chegar a aproximadamente R$ 800 milhões – considerando o valor máximo da ação e os lotes suplementares e adicionais.

Além de acelerar o ritmo de abertura de lojas, a entrada do dinheiro no caixa também vai permitir uma mudança importante no perfil da companhia criada há quase 60 anos.

A estratégia da Marisa é se tornar cada vez mais parecida com uma loja de departamentos popular.

A mudança começou há três anos, com a introdução de moda masculina, infantil e artigos de cama, mesa e banho nas lojas. Em seu prospecto de abertura de capital, a companhia informa que vai incluir novos setores, como artigos para bebês, bijuterias e relógios.

O resultado disso serão lojas bem maiores que as antigas e mais unidades em shoppings centers. Hoje, das 175 lojas da Marisa, 75 estão em shoppings centers.

A rede, no entanto, diz que vai manter seu foco original: mulheres de 20 a 35 anos com renda anual familiar de R$ 12.600. O feminino ainda responde por grande parte das receitas da Marisa, que neste ano devem superar R$ 1 bilhão, mas as novas áreas já representam 20% do faturamento. “A estratégia da Marisa faz sentido. Como as vendas na moda feminina estão saturadas, a ampliação da linha é um caminho natural, explica Juracy Parente, coordenador do Centro de Excelência em Varejo da FGV.

“A mulher de baixa renda é grande compradora de roupas masculinas e infantis e objetos para o lar. Ao contrário do que acontece nas classes média e alta, é ela também que gerencia as finanças da casa.”

Não é à toa que a área financeira transformou-se num dos principais pilares de crescimento das redes de varejo de baixa renda nos últimos anos. A C&A tem seu próprio banco, o Ibi. A Riachuelo abriu uma financeira, que em breve também deve virar banco.

No caso da Marisa, um terço do dinheiro levantado na Bolsa será usado para aumentar a oferta de serviços financeiros, como crédito pessoal e seguros. No final do ano passado, 7 milhões de clientes tinham o cartão Marisa na carteira. O número de compras feitas com ele foi multiplicado por 11 nos últimos sete anos.

Ao mesmo tempo em que estimula as vendas, a farta concessão de crédito traz outro problema: a inadimplência. A empresa prevê que a taxa de atrasos, de 7% em junho, dobre até de 2007.




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