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Alckmin faz ‘tour’ em clima eleitoral
Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
03/07/2005 | 07:24
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Em clima de campanha política para as eleições presidenciais do ano que vem, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), realizou neste sábado um verdadeiro tour pela região para fazer inauguração de obras e anunciar realização de projetos. Visitou Santo André, Ribeirão Pires e São Caetano.

Entre os anúncios, prometeu concluir o piscinão da avenida Guido Aliberti, o único de São Caetano, em dois meses, e disse que na segunda-feira é aberta a licitação de um reservatório em Santo André, no córrego do Oratório. Obra prevista para ficar pronta no final do ano que vem.

Alckmin beijou criancinhas, abraçou idosos e cumprimentou todos que encontrou. Tirou fotos e deu diversos autógrafos. A peregrinação pela região começou às 10h e terminou às 15h30.

“Não sou candidato. Eleição, só no ano que vem”, disse. Apesar de negar a candidatura à presidência da República, aliados políticos do governador aproveitaram os palanques dos eventos para dizer que Alckmin deveria ser eleito em 2006, como fizeram o deputado estadual Orlando Morando (PL) e o prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi (PV). Alckmin não fez nenhuma objeção às observações.

O primeiro município visitado foi Santo André, no qual entregou 14 casas da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) e a Praça do Skate, ao custo de R$ 10 milhões. “Vamos urbanizar todas as favelas aqui e revitalizar tudo”, disse Alckmin.

Segundo a CDHU, no bairro foram entregues 2.836 unidades habitacionais desde 1998, quando o projeto foi iniciado. O governador classificou o programa local como o segundo maior do Estado no quesito habitacional, perdendo apenas para um projeto da favela Pantanal, na zona Sul de São Paulo. Outras 99 moradias estão em fase de construção. Todo o projeto no Jardim Santo André custará R$ 124 milhões.

Apesar do programa, mais da metade das 7 mil famílias no bairro ainda vivem em condições precárias, morando em barracos. “Quero ver quando vão dar uma casa para mim. Já me inscrevi no CDHU e não tive resposta até agora”, dizia a faxineira Maria Aparecida Silva, 43 anos. Ao contrário dela, a auxiliar de higienização Regina Lima, 44 anos, estava muito feliz. Ela foi uma das 14 contempladas neste sábado. “É um sonho de muitos anos. Agora vou ter meu próprio canto para morar e sair do barraco”, afirmou.

Quando o governador subiu no palanque, parte da platéia gritou: “Um, dois, três, quatro, cinco, mil, queremos Alckmin para presidente do Brasil”. A voz discordante foi da camareira Dortas Alves, 44 anos. Na frente do palanque, ela apontou o dedo para o governador e cobrou mais hospitais, remédios e médicos para a região. “Estou trabalhando para isso”, respondeu Alckmin.

No evento, o governador assinou, juntamente com os prefeitos de Santo André, João Avamileno (PT), e Rio Grande da Serra, Kiko Adler (PSDB), o protocolo de implantação do trem turístico de Paranapiacaba, em parceria com as duas prefeituras.

O trem funcionará na linha D da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), que liga a Luz até Rio Grande da Serra. O programa inicial prevê que o trem turístico percorrerá um trecho de 11 km, entre Rio Grande da Serra e Paranapiacaba, provavelmente nos finais de semana e feriados.

Pelo protocolo, serão realizados estudos para identificar as alternativas possíveis para a efetivação do serviço, intervenções necessárias, quantidade de composições e estimativa de recursos para implantação, manutenção e operação do trem. Os órgãos envolvidos têm 120 dias para concluir os trabalhos.

Às 12h30, Alckmin foi para o Km 44 da rodovia Índio Tibiriçá, em Ribeirão Pires, e anunciou obras de recuperação de 37,2 quilômetros, incluindo recapeamento, melhorias de acostamentos e construção de três novos trevos de acesso, localizados no Km 44, na Vila Suíssa, no Km 45,9 (saída para a rodovia Deputado Antônio Adib Chammas) e no Km 46,5 (saída para Ribeirão Pires). As obras estão orçadas em R$ 20,2 milhões e têm prazo de 18 meses para terminar. “A rodovia deixará de ter o apelido de rodovia da morte com essas obras”, prometeu Alckmin.

O governador também assinou a liberação de R$ 440 mil para a Prefeitura de Ribeirão Pires realizar revitalização da Praça Central e a construção de uma pista de skate. As intervenções incluem construções de quiosques, canteiros, iluminação e paisagismo.

Por fim, às 14h30, em São Caetano, Alckmin entregou a ponte sobre o Ribeirão dos Meninos, que liga São Paulo e São Caetano, contando com a presença dos prefeitos dos dois municípios. A ponte havia sido destruída em outubro de 2002, após forte temporal. Desde então, as prefeituras e o Estado não entravam em acordo para definir como a reconstrução seria feita.

Tanto Alckmin quanto os prefeitos de São Caetano, José Auricchio Júnior (PTB), e de São Paulo, José Serra (PSDB), disseram em discursos que a demora foi por causa da Câmara de São Paulo, que não aprovava acordos de parceria. A ponte custou R$ 772 mil, divididos igualmente entre as três partes.




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