Nascido em uma família abastada, Bruno tem oito anos e somente preocupações de criança na cabeça. Na Berlim de 1940, sua vida se resume a ir à escola, brincar com os amigos e ler livros de aventuras. Tudo muda, porém, quando seu pai - um militar do exército nazista - é deslocado para dirigir um campo de concentração. Esse é o tema de "O Menino do Pijama Listrado", que estréia nesta sexta-feira em São Paulo.

Baseado no livro homônimo de John Boyne, o filme mostra o mundo a partir da visão de Bruno (Asa Butterfield). Ao chegar na nova casa, localizada no campo, o menino procura novos amigos, mas a única coisa que consegue avistar, da janela do seu quarto, é uma estranha fazenda, onde todos parecem tristes e se vestem com pijamas listrados - na verdade, o tal campo gerido pelo pai.

Atendendo ao pedido da mãe (a ótima Vera Farmiga) para ficar longe do local, Bruno tenta se entreter sozinho, mas, tomado pelo tédio, não resiste e acaba indo até a fazenda. Do outro lado de uma cerca eletrificada, ele encontra o menino judeu Schmuel (Jack Scanlon), de quem fica amigo.

Aos poucos, várias dúvidas vão surgindo na cabeça de Bruno. Apesar de ser ensinado de que os judeus são maus, ele se afeiçoa a Schmuel e a Pavel, um prisioneiro do campo que trabalha em sua casa. Além disso, ele passa a questionar se o pai (David Thewlis) é mesmo o herói que pensava, conforme ouve as histórias do amigo sobre o local em que vive e ao ver que sua mãe está ficando cada vez mais tensa.

Apesar de ser uma história contada sob o ponto de vista de um garoto, "O Menino do Pijama Listrado" não é um filme para crianças, já que muitos fatos ficam subentendidos na trama (como a parte em que Bruno se pergunta porque a fumaça que sai da chaminé da fazenda cheira tão mal). Seu final é um soco no estômago, em mais uma história sobre essa época obscura do século XX.