Paulo César Gusmão pode levar o São Caetano à dezena em sua estréia, neste domingo, às 18h10, diante do Paraná Clube, em Curitiba. O técnico, contratado para substituir Emerson Leão – hoje no Corinthians –, espera dar seqüência ao mar de rosas vivido pelo Azulão, que vem de seis empates e três vitórias no Campeonato Brasileiro. “Isso é bom demais. Um dia vamos perder, mas quero que essa fase se prolongue ainda mais”, disse confiante, mesmo ciente do poder do adversário desta noite, invicto em seu estádio, com um jogo a menos que a maioria das equipes e que possui o melhor ataque da competição, com 30 gols.

O treinador sabe que a boa fase pode ser passageira. Foi assim quando esteve no Cruzeiro. Passou 11 partidas sem perder, levou os mineiros ao topo da tabela de classificação, mas foram necessárias seis derrotas seguidas para a diretoria mandá-lo embora da Toca da Raposa na semana passada. “Também não posso me preocupar só com a seqüência do São Caetano. Você acha que podemos ir a Curitiba e vencer a hora que quisermos? Lógico que não. O campeonato é disputado, com constantes trocas de posições. O importante é somar pontos, que uma hora os adversários caem e você sobe”, explicou PC Gusmão.

Logo quando desembarcou no Anacleto Campanella, o técnico sentiu o astral positivo. “A alegria e o comprometimento entre os jogadores é fantástico.” Acolheu a filosofia de Leão, que vinha dando resultado. “Para este jogo com o Paraná, não adianta falar que vou decidir com um esquema tático ou alterações geniais. Vou usar mais a conversa nesse primeiro momento”, adiantou.

A grande vantagem do Azulão, segundo ele, é o conjunto, bem homogêneo. “Não tem estrelas. Há um grupo que quer de vencer. Com o tempo, a filosofia será implantada ao conjunto para que possa fazer a diferença”, detalhou o discípulo do estrategista Vanderlei Luxemburgo, de quem foi auxiliar no Santos, Palmeiras e Corinthians. O São Caetano é o primeiro clube que PC Gusmão comanda em São Paulo. “Tive várias propostas de equipes da primeira e segunda divisões, mas aqui é a vitrine do futebol brasileiro.”

Diferentemente de Leão, que não falava em título, PC Gusmão diz ser um profissional “ambicioso”. “E os jogadores também devem ser. Também acho que não devemos prometer. Acho que o sucesso vem aos poucos, com um passo de cada vez. Você vence hoje, empata amanhã e, no final, termina numa Libertadores, o que já seria ótimo. Mas o título não é algo impossível”, opinou.

Problemas – A delegação do São Caetano embarcou sábado após o treino da manhã. O Paraná Clube, adversário desta noite em Curitiba, soma 28 pontos, quatro a mais do que o Azulão, e tem sido considerado a grande surpresa do Brasileirão, ocupando constantemente a zona de classificação para a Libertadores da América. “É um time entrosado, perigoso em casa”, afirmou PC Gusmão. Além da equipe, o Azulão teme outra adversidade. “Dizem que o gramado do Pinheirão está duro, bem ruim”, acrescentou o goleiro Mauro.