Turismo Titulo Natal
A verdadeira Finlândia
Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
22/12/2011 | 07:05
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Divulgação


Quando o assunto é Natal, não há lugar mais fascinante ao universo infantil do que a casa oficial do Bom Velhinho na longínqua Lapônia. É lá, mais precisamente no Monte Korvatunturi, na cidade de Rovaniemi, que o senhor de barbas brancas reside. A Vila do Papai-Noel fica a nove quilômetros da cidade, bem na entrada do Polo Norte. O local é frio, distante, e exige carteira recheada para gastos com transporte, alimentação e hospedagem. Mas a jornada compensa. Afinal, quem nunca sonhou em visitar uma fábrica de brinquedos, conhecer duendes e passear em trenós puxados por renas como nos filmes e animações natalinos? O complexo turístico construído nas últimas décadas tem tudo isso, somado a restaurantes, lanchonetes, lojas de souvenires e correio, que recebe cerca de 700 mil cartas por ano de crianças do mundo todo.

O ápice da visita, porém, é o encontro com Papai-Noel em seu imenso casarão de madeira que mescla as arquiteturas oriental e ocidental. Sentado ao lado de uma lareira, o velhinho recepciona as crianças com o tradicional ho, ho, ho e escuta os pedidos.

A cerca de dois quilômetros da Vila de Noel fica o Santa Park, espécie de parque de diversão erguido dentro de uma caverna de 8.000 metros quadrados, considerada o maior parque natalino do mundo, com pedalinhos, carrossel, renas, cinema e trenzinhos com duendes.

Para chegar lá, é preciso usar o transporte típico dos lapões: trenós puxados por renas ou cachorros. Ah, e não adianta discutir. Qualquer finlandês jura de pés juntos que o único Papai-Noel verdadeiro é o de lá.

Mas nem só de Papai Noel, duendes e atrações natalinas vive a Lapônia. Com temperaturas que beiram os 30°C negativos no inverno e podem chegar a 50°C abaixo de zero, a região, pertencente à Finlândia, no Polo Ártico, é repleta de paisagens singulares, temperadas pelo sol da meia-noite no verão e pela aurora boreal no inverno. Uma das atrações remete à boa música. Trata-se do maior festival de blues e jazz da Finlândia, realizado geralmente em fevereiro.

Rovaniemi, por sua vez, serve de base para uma infinidade de turistas atraídos por esqui de fond (modalidade light de esqui), snowmobile e pelos emblemáticos trenós puxados por cachorros da raça huskie. Em outubro, a neve começa a cair e a Lapônia ganha a paisagem pela qual ficou conhecida: um mundo branco e gelado cortado por trenós. Festa para os amantes de esportes de inverno e para os olhos de qualquer visitante: cenários de cinema habitam a região que, como se não bastasse, ainda serve de palco no inverno ao espetáculo da aurora boreal. Um show de cores e luminosidade. As poucas horas de claridade nesta época do ano não impedem que o dia renda o suficiente para o turista aproveitar todas as atrações.

Uma visita obrigatória é aos museus da Lapônia e Ártico. Abrigados em uma enorme cúpula de vidro, eles têm mostra permanente sobre a cultura e as tradições dos lapões e do povo sami, primeiro a habitar essa região do globo. Interessante também é a exposição sobre a fauna e flora locais.

Para saborear plenamente a estada na Lapônia, não deixe de fazer os safáris de snowmobile ou de trenó nas fazendas de rena. Já o Parque de Ranua, o mais setentrional zoológico do mundo, reúne animais típicos, como o urso-polar. E, de volta a Rovaniemi, renda-se à deliciosa e farta culinária local, à base de peixes defumados e pães tão saborosos quanto ricos em fibras.

 

FINALMENTE, VERÃO!

 

A Finlândia tem a menor densidade demográfica da Europa. Com dois terços de seu território acima do Círculo Polar Ático, o país passa longos meses do ano mergulhado na escuridão durante o dia e sujeito a pesadas nevascas. Embora possua população pequena devido ao inverno rigoroso e à própria tendência à baixa natalidade entre os povos escandinavos, a Finlândia rende roteiros turísticos inesquecíveis, especialmente no verão, de abril a setembro, quando tudo muda e a natureza vai à desforra para aproveitar as 24 horas diárias de sol, fenômeno conhecido como sol da meia-noite.

A escuridão, o gelo e os ares introspectivos da população - que se entoca em suas casas durante o inverno como ursos em período de hibernação - cedem espaço, então, para um novo país, mais alegre, para não dizer aliviado de ver a luz do astro-rei. Os campos são tomados pelo amarelo das extensas plantações de girassóis, as cidades ganham o colorido das flores, que brotam por toda parte, e macieiras frutificam em plenas calçadas.

O povo alto e loiro vive intensamente o verão. Os parques transformam-se em praia para os finlandeses, que se esparramam pelos gramados para curtir o merecido êxtase ao sol, e os bares ficam lotados de gente ávida por tomar uma cerveja gelada desde cedo.

Os mais aventureiros também podem fazer trilhas pelos inúmeros bosques, velejar pelo Mar Báltico ou atravessá-lo em direção às capitais vizinhas - Estocolmo, na Suécia, Tallin, na Estônia ou até a cidade russa de S. Petersburgo.

Os passeio de barco pelas ilhas Suomenlinna e Santahamina é imperdível, assim como os piqueniques feitos no meio das pedras, ao lado do mar, geralmente com cestas repletas de petiscos da culinária local, durante os quais a população aprecia a entrada e saída dos grandes navios de turismo, dos barcos e belos veleiros pelo movimentado mar nos arredores de Helsinque, a capital. Ecologicamente corretos, eles não deixam nem um palito sequer para trás.

Ainda nessa cidade, outra grande pedida é a praça do mercado de Kaupatori, onde se pode saborear uma das melhores coisas da incrível terra do Papai-Noel: morangos, sempre doces e cheirosos.

Na mesma praça, aproveite para fazer uma refeição nas barracas de comidas típicas. Uma boa pedida é o salmão grelhado, acompanhado das batatas do verão, tão valorizadas pelos finlandeses, e de uma loura gelada, claro!




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