O presidente norte-americano Bill Clinton deve ganhar nesta segunda à noite uma aliada muito especial na luta contra o impeachment: Madonna, provavelmente a mulher viva mais famosa do mundo (aliás, seguida de perto por Monica Lewinsky e a própria mulher de Clinton, Hillary). A cantora concederá uma inédita entrevista ao vivo a uma emissora de TV. Será na CNN, no programa Larry King Live, mostrado no Brasil à 0h nas emissoras por assinatura.

Corre nos bastidores a informaçao de que Madonna aproveitará a participaçao no programa - que deve durar cerca de uma hora - para fazer duros ataques aos políticos republicanos que articulam o impeachment de Clinton. Vale lembrar, King também é simpatizante do presidente.

A CNN economiza e prefere anunciar que os temas da entrevista serao menos políticos e mais pessoais: a experiência da maternidade, a chegada aos 40 anos (completados pela cantora em 1998) e as várias indicaçoes para o Grammy deste ano.

Madonna jamais participou de um programa na linha talk show. King vinha tentando marcar a entrevista com ela há muito tempo.

O apresentador tem um bom currículo de conversas com gente que nao gosta de aparecer. Uma das mais recentes e polêmicas foi com o ator Marlon Brando, cuja aversao à publicidade é lendária. Houve também uma comovente entrevista com Paul Newman, na qual foram discutidos temas como velhice e morte, sem qualquer tipo de condescendência.

Como de praxe, King abrirá as linhas de telefone de seu programa para os telespectadores, os quais poderao fazer perguntas a Madonna. A maioria das ligaçoes sempre vem dos EUA, mas a participaçao é aberta a pessoas localizadas em qualquer parte do planeta.

Maturidade - A expectativa pelo desempenho de Madonna numa entrevista ao vivo é ainda maior pelo fato de ela ser, sem dúvida, a popstar contemporânea com maior grau de controle de sua imagem pessoal e artística.

Como já foi dito, Madonna jamais concedeu entrevistas longas em programas ao vivo. Os documentários feitos a seu respeito sempre foram cuidadosamente supervisionados pela própria cantora (por mais que se diga o contrário), e a troca constante de persona artística (hoje ela é uma musa zen) é fruto da aguçada percepçao do showbiz da própria Madonna.

Resta torcer para que as perguntas dos telespectadores e do próprio King sejam capazes de provocar a cantora, no bom sentido. Assim, o esforço dos brasileiros que quiserem acompanhar a entrevista realmente valerá a pena - porque, além do horário um tanto inconveniente, ainda há que se contornar a falta de legendas (já que o programa é ao vivo) e a dicçao nao muito clara de King.