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Debate sobre impeachment de Yeltsin começa em clima de confusao
Do Diário do Grande ABC
14/05/1999 | 11:19
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O histórico debate da Duma (câmara baixa do parlamento russo) sobre a destituiçao de Boris Yeltsin começou esta sexta-feira em clima de caos total, com a falta das testemunhas convidadas à sessao, mas apesar de tudo o voto final continua previsto para sábado.

O procedimento de destituiçao ``está a ponto de ruir', afirmou um jornalista da cadeia de TV NTV. A situaçao política continua confusa, dois dias depois da destituiçao do primeiro-ministro Evgueni Primakov, substituído provisoriamente por Serguei Stepachin, mas a populaçao se mantém em calma. Os manifestantes diante da Duma chegaram a apenas metade em relaçao à véspera, quando 300 a 400 pessoas gritavam palavras de ordem contra Yeltsin.

A Duma, dominada pelos comunistas, havia iniciado quinta-feira um debate histórico para examinar cinco acusaçoes contra Boris Yeltsin: dissoluçao da URSS em 1991, assalto armado contra o parlamento em 1993, guerra na Chechênia em 1994, destruiçao do exército e do complexo militar-industrial e ``genocídio' do povo russo.

O serviço de imprensa da câmara baixa do parlamento, citado pela agência Interfax, anunciou nesta sexta-feira que a votaçao acontecerá neste sábado, às 12h30 (05h30 de Brasília). Caso seja aceita uma das acusaçoes, o processo seguirá para a Corte Suprema e depois à Corte Constitucional. Dependendo do veredicto das duas cortes, a câmara alta do parlamento (Conselho da Federaçao) deverá votar entao a destituiçao do presidente por maioria qualificada de dois terços dos senadores.

O debate na Duma na manha desta sexta foi caótico e até cômico, durante a intervençao do deputado ultranacionalista Vladimir Yirinovski, um dos principais aliados do presidente Yeltsin. Com o rosto completamente vermelho, Yirinovski monopolizou o tempo de palavra a que os quatro membros de seu grupo tinham direito, para explicar, a propósito da queda da URSS, que ``é fácil culpar um único homem'.

A sessao foi aberta com os discursos dos comunistas e dos ultranacionalistas, que se queixaram da falta de transmissao direta pela TV ou do tempo de aparte, determinado curto para cada partido. A agenda estabelecia depois a audiçao de especialistas e testemunhas, convidadas por grupos parlamentares.

Mas as testemunhas mais esperadas, sobretudo o ex-número um soviético Mikhail Gorbachov e o ministro da Defesa da época da guerra da Chechênia, Pavel Gratchev, nao compareceram.




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