Uma explosão de gás na manhã de ontem deixou em ruínas uma casa no Assunção, bairro de classe média de São Bernardo. Pai e filho que estavam dentro do imóvel ficaram gravemente feridos. O garoto, de 5 anos, teve queimaduras de primeiro e segundo graus no rosto e nas mãos. O pai, o representante comercial Marcos José Kenis, 44 anos, ficou preso sob os escombros e precisou ser resgatado pelo Corpo de Bombeiros. Ele sofreu traumatismo craniano e pulmonar e teve queimaduras em 70% do corpo.
Outras duas pessoas também se feriram na explosão. A empregada doméstica que trabalhava na casa da família, Marta Ferreira da Silva, teve queimaduras de primeiro e segundo graus no rosto e nas mãos. Maria Lucia Souza Assis, 41 anos, outra empregada doméstica que seguia para o trabalho, numa casa vizinha, foi atingida pelos estilhaços. Ela sofreu corte superficial na testa e, segundo a Secretaria de Saúde de São Bernardo, recebeu alta após ter sido atendida no Pronto-Socorro Central da cidade. A Defesa Civil interditou a casa e a polícia abriu inquérito para apurar as circunstâncias da explosão. O imóvel passou por perícia ontem.
A tragédia só não foi maior porque, segundo pessoas próximas da família, a mulher do representante comercial e mãe do garoto ferido na explosão havia saído para trabalhar pouco antes do abalo, que ocorreu por volta das 9h. No sobrado da rua Ida Bertolo Chiavegatto pouca coisa ficou em pé. As paredes do andar superior foram abaixo. O guarda-roupas que estava em um dos quartos chegou a ficar suspenso no ar. No piso inferior, a parede da fachada da casa também foi completamente arrancada da estrutura e a força do impacto retorceu as grades de ferro que protegiam uma das janelas da casa.
Os escombros tomaram a rua. Telhas de amianto que cobriam a garagem foram arremessadas contra o asfalto e estilhaços de vidro das janelas e cacos de pedra e tijolo que se desprenderam das paredes da casa ficaram espalhadas pelo quintal dos vizinhos mais próximos. Uma perua escolar que estava estacionada no lado oposto da rua teve quase todos os vidros quebrados. O veículo pertence a uma vizinha e, por sorte, estava vazio no momento da explosão. Na garagem do sobrado, o Renault Scenic do representante comercial teve o pára-brisa quebrado pelo deslocamento de ar e boa parte da lataria foi amassada por blocos que se desprenderam das paredes.
Por sorte, a rua é sem saída e tem o movimento restrito apenas aos moradores do local. Ainda pela manhã, o sobrado que explodiu e outras duas casas vizinhas que tiveram a estrutura afetada pelo abalo foram interditadas pela Defesa Civil de São Bernardo. O imóvel mais atingido foi um geminado ao sobrado. As paredes da casa “estufaram” com o impacto, abrindo rachaduras nas paredes. A dona da casa, uma motorista de perua escolar de 35 anos, estava deitada em um dos quartos no momento do estrondo. O cômodo foi um dos mais atingidos pela explosão, mas ela não se feriu com os estilhaços.
Na rua, vizinhos estavam em estado de choque. Uma pequena multidão ainda cercava as ruínas do sobrado horas depois da explosão. “Eu estava tomando café na cozinha quando ouvi o estrondo. Parecia uma bomba, sei lá. Corri para rua e dei de cara com uma nuvem branca. Não dava para ver direito o que tinha acontecido. Foi tudo muito rápido. Logo depois chegaram os carros dos bombeiros e levaram o pessoal para o hospital. Acho que até agora a ficha ainda não caiu”, afirmou a professora Lígia Tamura, 51 anos, que mora em uma casa enfrente ao sobrado. Comovidos com o drama da família, muitos vizinhos se ofereceram para guardar os pertences que sobraram na casa.
Feridos – Entre os feridos, o caso mais grave é o do representante comercial Marcos José Kenis. Ele está internado no Hospital Assunção, em São Bernardo, junto com o filho e a empregada doméstica que trabalhava em sua casa. Seu estado de saúde é considerado crítico. Kenis foi submetido a uma cirurgia no fim da tarde de ontem e, segundo boletim médico, corria risco de morte. A criança e a mulher também estão no hospital. Segundo os médicos, os dois passam bem, mas devem permanecer internados para observação.
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