A novidade no tráfico de drogas está na embalagem, cada vez mais industrializada. Usuários de cocaína agora recebem a substância em ampolas, as mesmas usadas nas farmácia para armazenar remédios injetáveis. As polícia apreendeu no começo da tarde de domingo 110 ampolas com cocaína, no Sítio dos Vianas, em Santo André. Três suspeitos foram presos acusados de tráfico de drogas.

O delegado Fabiano Vieira da Silva, do 1º DP de Santo André, relata que é a segunda vez que apreende cocaína em ampolas. “Essa é a novidade. Eles estão vendendo assim agora”, comenta.

Os três suspeitos presos são Rodrigo Teixeira dos Santos, de 20 anos, Nilson Francisco da Silva, 20, e Michele de Lima Melo, 20. Em uma caixa de luz, policiais militares encontraram 88 gramas de cocaína em ampolas e quantidades menores de maconha e crack.

Rodrigo foi preso próximo ao local, com um papel que indicaria a contabilidade da boca. À polícia, o acusado teria admitido que traficava drogas no local.

Com o acusado preso na viatura, a caminho do 1º DP da cidade, os PMs desconfiaram de um casal que circulava pela área. Nilson e Michele teriam se mostrado nervosos com a presença da viatura da Polícia Militar. Os policiais abordaram a dupla. Na revista aos dois, encontraram cocaína, crack e R$ 40. Ambos acabaram presos.

Os três suspeitos foram enviados para o 1º DP, onde aguardam transferência para o Centro de Detenção Provisória da cidade.

Bairro – O Sítio dos Vianas é considerado ponto crítico pela polícia. O bairro é de difícil acesso, com poucas entradas, o que possibilita que a presença da polícia seja percebida por olheiros, que alertam os traficantes.

Na última prisão relacionada a drogas no bairro, traficantes foram encontrados com radiocomunicadores, usados para alertar os demais criminosos. Na ocasião, o sistema só não funcionou por um detalhe. Os três rapazes presos – Sávio Cartejanni Amorim, 18, e dois menores de idade – se distraíram com uma prostituta e não viram a chegada da polícia.

O bairro chegou a ser apontado pela Polícia Civil como provedor de drogas para o Ferrazópolis, em São Bernardo, foco de prostituição infantil e ponto de microtraficantes, similares aos que atuam na Cracolândia, na capital.