O ex-prefeito de Diadema e deputado estadual José de Filippi Júnior (PT) pode ter de devolver R$ 409 mil aos cofres públicos, se o promotor da Cidadania do município, Silvio Antonio Marques, decidir propor uma açao civil pública contra ele pela reforma que realizou em 1994 no prédio onde funciona o shopping popular e o sacolao do Campanário.
A reforma no prédio é alvo de um inquérito civil aberto pelo promotor para investigar o desperdício de dinheiro público e deve ser concluído esta semana. Marques já cogita a possibilidade de propor a açao.
Segundo o promotor, se isso ocorrer, o ex-prefeito teria de devolver o dinheiro da reforma corrigido e sofreria as penas da lei por improbidade administrativa, que inclui a perda dos direitos políticos. Dependendo da conclusao do inquérito, o valor poderá também ser dividido entre os envolvidos com a obra na época.
Pelo que consta no contrato, a Prefeitura nao era obrigada a reformar o prédio, argumentou o promotor.
A denúncia da obra foi feita pelo atual prefeito Gilson Menezes, em maio do ano passado, que considerou o valor gasto da obra muito alto para a reforma de um prédio que nao pertence à Prefeitura. O imóvel de quase R$ 3 mil m² pertence a Eucler Giraldi.
Uma irregularidade já apontada pelo promotor é o fato de um funcionário da Logus Engenharia, Ademir Mata, ter assinado documentos em papel timbrado da Prefeitura. Isso pode ser classificado como falsidade ideológica, disse Marques.
Filippi disse que o engenheiro tinha um contrato com a Prefeitura e nunca assinou nenhum documento de repasse de verba sozinho. Outras muitas obras na cidade tiveram a fiscalizaçao do engenheiro. As planilhas ele assinava com outros dois ou três técnicos, e as ordens de pagamento sempre eram autorizadas por mim. Aliás, eu era quem assinava os cheques, argumentou.
O ex-prefeito disse ainda que reformou outros prédios que nao pertencem à Prefeitura. Se fosse para ser coerente, ele deveria pedir a devoluçao de todo o valor gasto com obras, disse Filippi.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.