Na semana passada, policiais federais reunidos em Brasília sob a orientaçao da Federaçao Nacional dos Policiais Federais (Fenapf) decidiram que vao trabalhar para excluir do projeto o artigo que dá aos agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)o direito de andarem armados. Eles também tiraram uma posiçao contrária a uma possível vinculaçao da Polícia Federal ao Gabinete de Segurança Institucional, como defendem alguns setores dentro do governo.
Para o presidente da Fenapf, Jorge Venerando, a concessao do porte de arma deve restringir-se aos policiais federais, civis, militares e rodoviários. A Fenapf congrega atualmente 12 mil homens. "A Abin é inteligência e, por isso, nada justifica seus agentes andarem armados", protesta Venerando.
A idéia do governo é fazer a Abin funcionar nos moldes da CIA, o serviço secreto americano, o que tem gerado desconfiança no âmbito da Polícia Federal. Para Venerando, se os agentes da Abin usarem armas e poderao se passar por agentes federais, como faziam no regime militar. "O uso de armas seria um retrocesso num regime democrático", avalia o dirigente da Fenapf.
Além de impedir o porte de arma aos agentes da Abin, as entidades de policiais federais vao trabalhar no Senado para evitar que a PF fique vinculada ao Gabinete de Segurança Institucional. Atualmente a instituiçao é vinculada diretamente ao Ministério da Justiça.
No ano passado, as disputas internas na PF provocaram a queda do ministro da Justiça, Renan Calheiros, e a troca de comando na instituiçao. "Desta vez, nao vamos permitir que a PF seja envolvida em disputas", assegura Venerando.
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