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PF é contra porte de armas para agentes da Abin
Do Diário do Grande ABC
20/03/2000 | 22:00
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A Polícia Federal vai abrir uma nova frente de divergências com o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. Desta vez o motivo é o projeto de lei do governo, em tramitaçao no Senado, que regulamenta a concessao do porte de armas no país.

Na semana passada, policiais federais reunidos em Brasília sob a orientaçao da Federaçao Nacional dos Policiais Federais (Fenapf) decidiram que vao trabalhar para excluir do projeto o artigo que dá aos agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)o direito de andarem armados. Eles também tiraram uma posiçao contrária a uma possível vinculaçao da Polícia Federal ao Gabinete de Segurança Institucional, como defendem alguns setores dentro do governo.

Para o presidente da Fenapf, Jorge Venerando, a concessao do porte de arma deve restringir-se aos policiais federais, civis, militares e rodoviários. A Fenapf congrega atualmente 12 mil homens. "A Abin é inteligência e, por isso, nada justifica seus agentes andarem armados", protesta Venerando.

A idéia do governo é fazer a Abin funcionar nos moldes da CIA, o serviço secreto americano, o que tem gerado desconfiança no âmbito da Polícia Federal. Para Venerando, se os agentes da Abin usarem armas e poderao se passar por agentes federais, como faziam no regime militar. "O uso de armas seria um retrocesso num regime democrático", avalia o dirigente da Fenapf.

Além de impedir o porte de arma aos agentes da Abin, as entidades de policiais federais vao trabalhar no Senado para evitar que a PF fique vinculada ao Gabinete de Segurança Institucional. Atualmente a instituiçao é vinculada diretamente ao Ministério da Justiça.

No ano passado, as disputas internas na PF provocaram a queda do ministro da Justiça, Renan Calheiros, e a troca de comando na instituiçao. "Desta vez, nao vamos permitir que a PF seja envolvida em disputas", assegura Venerando.




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