Quando se fala em lançamento de carro, o brasileiro logo se interessa em participar do assunto, ainda mais quando a novidade faz parte do portfólio de uma montadora tradicional e chega para substituir modelo de grande sucesso. Pois é, estamos falando do Chevrolet Cruze, o sedã que a General Motors vende em mais de 70 países e passou a ser produzido na fábrica de São Caetano desde setembro.

E para matar essa curiosidade do público - que constantemente olha, aponta e comenta os atributos do modelo nas ruas - a equipe do Diário colocou o três-volumes para rodar.

A unidade avaliada foi a LT com câmbio automático de seis velocidades. Seja no trajeto de casa até o jornal (e vice-versa), ou encarando uma viagem até a cidade de Campos do Jordão, no interior do Estado, com cinco ocupantes a bordo e porta-malas cheio, o modelo demonstrou oferecer bom desempenho.

O novo motor 1.8 Ecotec6 de até 144 cv (quando abastecido com etanol) e os 18,9 mkgf de torque (também com o derivado da cana-de-açúcar) não decepcionou e, seja na estrada ou na cidade, fez bonito nas arrancadas e ultrapassagens. Mas o silêncio poderia ser maior quando em altas rotações.

O consumo agradou, chegando a ultrapassar os 10 km/l. O tanque tem capacidade para 60,3 litros.

Ponto também para a rigidez da suspensão, que não permite oscilação exagerada da carroceria, mas também não chega a incomodar os ocupantes.

O câmbio automático de seis velocidades tem bom desempenho, porém, em algumas situações, retarda o momento das trocas e fica devendo em suavidade.

Chevrolet aposta em lista de equipamentos

Hora de abusar da lista de equipamentos. No momento de pegar a estrada, o Cruze LT automático entrega boa dose de segurança por meio dos freios ABS com EBD, assistência de frenagem de urgência e controles de estabilidade e tração. No conforto, destaque para o ar-condicionado com controle eletrônico de temperatura e sistema automático de recirculação e qualidade do ar - batizado de Air Quality System -, regulagem de altura para os dois bancos da frente e para o volante (também profundidade), este com comandos do sistema de som, controlador de velocidade e telefone. Por falar nisso, o CD player toca MP3 e traz entrada auxiliar e USB, bluetooth e conectividade com dispositivos Apple -a Chevrolet está entrando na onda da concorrência e apostando no sistema de entretenimento.

No mais, o veículo vem de série com computador de bordo e direção elétrica - firme quando se está em alta velocidade e leve em baixas rotações.

Mas é na hora de estacionar que o sedã médio peca. Um item importante que está fora da lista de série é o sensor de proximidade no para-choque. Afinal, estacionar um veículo com 4,60 metros de comprimento nem sempre é tão fácil quanto parece... que o diga os que precisam disputar as apertadas vagas de prédios.

Sedã promete dar o que falar

Partindo de R$ 67.990 (R$ 69.990 na versão avaliada, a LT com câmbio automático), o Chevrolet Cruze veio para substituir o Vectra, que chegara em 1993 tomando o lugar do saudoso Monza - um dos modelos que consagraram a marca no País.

Parte da proposta de renovação do portfólio da General Motors, o Cruze foi exibido ao público pela primeira vez no Salão de Paris de 2008. Hoje, é produzido nos quatro cantos do mundo. Aqui, a meta é concorrer, entre outros modelos, com Toyota Corolla, Honda Civic e Renault Fluence. A derivação hatch, que substituirá o defasado Vectra GT, deve chegar em breve ao mercado.