Setecidades Titulo Segurança viária
Novos extintores para veículos estão em falta na região

Equipamento é exigido por lei desde o dia 1º;
grande procura fez estoques desaparecerem

Por Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
04/01/2015 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Encontrar os novos extintores de incêndio do tipo ABC, exigidos para todos os veículos automotores desde o dia 1º, em substituição ao modelo BC, está tão difícil quanto achar água no deserto. Quatro dias após a resolução 333/09, do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) ter entrado em vigor, o produto desapareceu das prateleiras. Na tarde de ontem, a equipe do Diário percorreu oito postos de combustíveis em Santo André, São Bernardo e Mauá, mas não encontrou um exemplar sequer.

Mesmo com pouca disponibilidade, a Polícia Militar promete não aliviar na aplicação de multas para quem não portar o equipamento. O artigo 230 do Código de Trânsito Brasileiro, estabelece que conduzir veículo sem item obrigatório é infração grave, com multa de R$ 127,69 e cinco pontos na carteira de habilitação. Como medida administrativa, o veículo deve ser retido até a regularização.

Estabelecimento localizado na Avenida Portugal, em Mauá, vendeu o último extintor ABC há uma semana. “Pedimos 500 para o fim do ano. Vendeu que nem água”, relata o frentista Antonio Audizio, 25 anos, lembrando que, antes da norma, comercializavam, no máximo, três por semana.

Segundo ele, até ontem, cerca de 100 pessoas passaram por lá na tentativa de trocar o equipamento. O cabista Roberto Carlos da Silva Filho, 36 anos, foi uma delas. Morador de Paulínia, no Interior, e passando férias em Mauá, já havia procurado pelo extintor em dez postos.

Sem êxito, ele estava preocupado com o retorno para casa, programado para hoje “Se eu não encontrar em lugar nenhum, vou ter que torcer para a fiscalização não me parar, pois tenho que voltar para a minha cidade.”

Há quem ainda não sabia da obrigatoriedade da substituição. “Eu não estava sabendo. Pelo jeito, não foi bem divulgado”, falou a jornalista Luana Massuella, 20, moradora da Capital. Proprietária há um ano de um veículo 2006, ela confessou não atentar-se à data de validade do item.

Em São Bernardo, frentistas relataram que, a cada dez clientes que iam até o comércio, oito buscavam pelo extintor. Ao serem informados sobre a falta, esbravejavam. “Toda lei envolvendo segurança é válida, mas é preciso dar suporte e tempo maior para o cumprimento”, comenta a compradora Priscila Nasch, 32.

Apesar das reclamações, o texto foi publicado pelo Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) em 2009, previsto para entrar em vigor cinco anos depois. Em 2004, outra resolução passou a determinar que, a partir de 2005, todos os veículos devem sair de fábrica com o extintor ABC.

“A gente alertava que iria ser obrigatório, mas quase ninguém comprava. Agora, o povo está desesperado e não acha”, ressalta o frentista Diego da Silva, 29, que trabalha na Avenida João Ramalho, em Mauá.

Com a paralisação do fornecimento, em razão das festas de fim de ano, os comerciantes esperam que, a partir de amanhã, consigam repor o estoque. Mesmo assim, posto instalado no bairro Jardim, em Santo André, prevê normalização somente no dia 10. Os preços vão de R$ 60 a R$ 90, com prazo de validade de cinco anos.

O capitão César Hernandes Rossignoli, da Polícia Militar Rodoviária, ressalta a eficiência do novo modelo. “Hoje, grande parte do interior do automóvel é feito de plástico. O extintor antigo (BC) não apagava o fogo nesse tipo de material. O ABC realmente extingue o principio de incêndio.” 




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