Derrotado na eleição de outubro, o ex-prefeito de Santo André Aidan Ravin (PSB) tenta espaço político junto ao governo de São Paulo, chefiado por Geraldo Alckmin (PSDB), para se manter em evidência até o pleito de 2016, quando pretende concorrer ao Paço pela terceira vez consecutiva. O anúncio de que o vice-governador eleito e presidente paulista do PSB, Márcio França, ocupará cargo de destaque no próximo mandato do tucano reforçou as tratativas pelo posto a partir de 2015 – considerado essencial para o projeto desenhado pela legenda socialista.

Alckmin nomeou França como novo secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, uma das Pastas com maior fatia do Orçamento estadual. Número dois na chapa pelo Palácio dos Bandeirantes, o PSB se sobrepôs ao poder do DEM, que até então comandava a área. Essa força do dirigente paulista é a aposta da coordenação regional em apoio a Aidan, hoje médico da rede pública do município. “O governador já está sabendo (da reivindicação). Conversamos também com o (secretário de Saúde) David Uip, esperando por essa acomodação (política)”, alegou o presidente do diretório socialista andreense, Donay Neto.

O pleito do PSB, nos bastidores, é por vaga em equipamento de Saúde no Grande ABC. Com a estratégia, Aidan teria a chance de permanecer próximo ao seu reduto eleitoral. Essa situação está ponderada depois de cenário desfavorável em duas eleições consecutivas: primeiro revés em 2012, em seu projeto de reeleição, e a última com a amarga votação deste ano, quando obteve 50,4 mil adesões nas urnas a deputado federal. Dentro desta proposta indicada ao Estado, cargos de chefia no Hospital Mário Covas e no AME (Ambulatório Médico de Especialidades) local são cotados.

Donay afirmou que “todo o planejamento” faz parte da tática de fortalecer a sigla nas disputas em 2016. Segundo o presidente da executiva de Santo André, a participação em secretaria do porte da alcançada por França indica essa abertura. “Ele (vice-governador) teve papel importante na sucessão no Estado e agora colocará suas fichas no próximo processo”, disse o dirigente. “Na cidade, nós já estamos com o projeto arquitetado para o Aidan. Existe diálogo, inclusive, com o PSDB, que ingressaria conosco na aliança. Isso nos foi sinalizado”, completou.

Aidan sofreu queda de quase 85 mil votos em relação à disputa anterior, quando angariou 135,1 mil sufrágios no primeiro turno. O ex-prefeito migrou para o PSB em 2013, crente de que a linha menor de corte o auxiliaria na condução a uma cadeira na Câmara Federal. Entretanto, o desempenho frustrou as expectativas. A projeção da cúpula da legenda era que o ex-petebista tivesse ao menos 70 mil votos, sendo aproximadamente 50 mil em Santo André. Por outro lado, ele levou 34,5 mil em sua cidade.

ASPIRAÇÃO

O PSB da região trabalha para lançar de quatro a cinco candidaturas majoritárias daqui dois anos. Além de Santo André, há alvos de nomes próprios em São Bernardo, São Caetano e Diadema.