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Paranapiacaba vira cenário de curta-metragem
Por Alessandro Soares
Da Redaçao
04/11/2000 | 17:02
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O primeiro filme produzido em Santo André com apoio do FAC (Fundo de Apoio a Cultura) estréia dia 15 de dezembro no Cine-Teatro Carlos Gomes. O curta-metragem Café Amargo, rodado em 16mm, tem a paisagem nebulosa da Vila de Paranapiacaba como cenário de uma história de nostalgia e solidao. É a estréia de Emerson Muzeli, 29 anos, como diretor e roteirista de ficçao, e de Maíra Zuliani Hauck Zampol, 9 anos, como atriz. Os dois sao de Ribeirao Pires: ela vive em Mauá e ele no Rio, onde dirige o programa jornalístico sobre telecomunicaçoes TeleBrasil TV, da TVE, exibido às quintas, às 23h30.

Muitos membros da equipe técnica sao da regiao. Segundo Muzeli, esse núcleo de profissionais estará também na realizaçao de seu primeiro longa, cuja história ficou a cargo do dramaturgo Vladimir Capela. O diretor de fotografia, ponto alto do filme, é Alziro Barbosa, fotógrafo andreense que atua em cinema.

Muzeli apresentou o projeto Café Amargo para o FAC em janeiro deste ano. Com R$ 19,4 mil e apoios de vários hotéis e empresas de locaçao de equipamentos, o filme foi rodado em junho, totalmente em Paranapiacaba. Os atores sao Carlos Riguetti, Tereza Di Martino e Tina Rinaldi, escalados em uma agência paulistana. Só a menina Maíra foi escolhida a priori pelo diretor, a partir de um workshop que realizou em Ribeirao Pires.

"A premissa original era o questionamento da solidao. Com o decorrer da filmagem, criou-se outra história, na qual a nostalgia, o sentimento de culpa e a saudade estao mais presentes. No fim, ficou um pouco mais espiritualista do que eu imaginava", diz Muzeli.

O Diário teve acesso a uma cópia do filme, que tem 14 minutos de duraçao, ainda sem a trilha sonora original e sem os efeitos de computaçao gráfica na abertura. Um casal de idosos se prepara para tomar café com sua neta, mas isso nao se concretiza. O autor usa a neblina como símbolo da espiritualidade, e a condiçao local de ex-vila de ferroviários como nostalgia (ouve-se um trem chegando e pessoas conversando na estaçao, mas nem o trem nem as pessoas aparecem).

Maíra faz a menina. Ela é responsável por um grito na cena principal da história. "Gosto de filmes de horror. Aprendi a gritar vendo esses filmes", diz. Maíra sonhava em participar de um filme, mas tem uma dúvida: "Nao sei se vou ser veterinária ou atriz. Acho que meus coleguinhas vao ficar impressionados ao ver eu fazer um filme".

O projeto ainda está em andamento. Um site está sendo construído e deve entrar na Internet esta semana (www.cafeamargo.com.br). Após a estréia no Carlos Gomes, Café Amargo deve ficar em exibiçao alternada em uma sala da Estaçao da Luz, em Sao Paulo, e será inscrito em festivais do gênero. Mais de 300 cópias em VHS serao doadas para a Prefeitura repassar para entidades que dao assistência à terceira idade no Grande ABC.




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