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Em Diadema, Leitão recua no pedido de abertura de CPI

Governista volta atrás em apuração sobre atuação
de Youssef na Saned, na gestão de Mário Reali (PT)

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
13/12/2014 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Vereador na condição de suplente em Diadema, Atevaldo Leitão (PSDB) frustrou as expectativas na última sessão da Câmara ao recuar sobre o pedido de nova abertura de CPI envolvendo a Saned (Companhia de Saneamento Básico de Diadema), prometido por ele mesmo na semana retrasada.
A iniciativa foi motivada após denúncias, reveladas pela revista CartaCapital, de que o doleiro Alberto Youssef intermediou obra na Saned durante a gestão do ex-prefeito Mário Reali (PT), entre 2009 e 2012.

Durante os trabalhos no Legislativo, Leitão não mencionou o assunto em nenhum momento, nem mesmo quando foi à tribuna, contrastando com o posicionamento anterior, quando prometeu apresentar requerimento para instauração da CPI.

Indagado se voltou atrás na decisão, o tucano negou e considerou apenas que a eleição para a presidência na Câmara, que ocorre na quinta-feira, o atrapalhou. “É que eu preciso focar meu empenho em torno da articulação para o pleito. E, neste momento, os holofotes ficam apontados para a disputa. A situação exige muito esforço, pois não dá para cruzar os braços e ficar esperando para vencer um embate. Vou brigar para contribuir com os trabalhos investigativos”, pontuou o parlamentar, que apoia candidatura do colega de partido, José Dourado.

Em relação ao prazo para o início dos trabalhos, Leitão foi novamente impreciso. “Acho que não dará mais tempo neste ano, já que estamos próximos do recesso. Já conversei com alguns vereadores, que se mostraram favoráveis à iniciativa. Também vou dialogar com o prefeito (Lauro Michels, do PV). Acho que só a oposição não vai apoiar o trabalho. Vou dar continuidade, porém sem prazo estabelecido”, disse.

O oposicionista Orlando Vitoriano (PT) contestou as afirmações do rival. Garantiu que apoiaria a abertura de investigação se o teor apresentar “solidez”. “Não vejo motivos para impedir trabalho investigativo. Entretanto, é preciso lembrar que a Polícia Federal vem liderando as ações. Discurso desse torna-se apenas de viés político”, rebateu.


HISTÓRICO

De acordo com reportagem da CartaCapital, a Saned estaria entre outros 746 contratos que o doleiro Alberto Youssef teria intermediado. As negociações na cidade teriam ocorrido entre 2009 e 2012, quando a extinta autarquia era presidida pela engenheira Neuceli Bonafé Bocatto, na gestão do ex-prefeito Mário Reali (PT). A suposta ligação de Youssef com a instituição tornou-se alvo de apuração da Operação Lava Jato. 




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