Política Titulo Saúde
Falta de remédio persiste na rede de São Caetano

Mesmo com queda de Mário Chekin, os postos estão
desabastecidos; Paço divulga resultado de sindicância

Por Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
09/12/2014 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


A crise no abastecimento de remédios nos equipamentos públicos de São Caetano persiste mesmo após um mês da saída de Mário Chekin da Secretaria de Saúde e da abertura de sindicância, instaurada pela Prefeitura. Desde o dia 7 de novembro, a administração não paga as fornecedoras, porém não rompeu os contratos.

Moradores da cidade, que possui o maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do País, seguem reclamando da falta de medicamentos em diversos postos, como as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e na enfermaria do Hospital Albert Sabin, prolongando assim um dos maiores problemas ocorridos na gestão de Paulo Pinheiro (PMDB).

Um dos relatos que atestam o desabastecimento foi feito por uma aposentada moradora do bairro Olímpico, que não pôde ser medicada no tratamento de fortalecimento ósseo por não ter o remédio alendronato de sódio. Segundo ela, há mais de um mês o medicamento não chega ao posto de Saúde.

Em novembro, em meio à crise, Pinheiro determinou o afastamento de Chekin do comando da Pasta, além de suspender o pagamento às fornecedoras responsáveis – as empresas Medic Center Distribuidora de Produtos Hospitalares Ltda e Healthecnica Produtos Hospitalares Ltda, que atendem ao complexo municipal hospitalar de São Caetano.

Procurada pelo Diário, a Prefeitura de São Caetano informou por telefone que a sindicância aberta pelo governo terá seu resultado conhecido hoje.
As fornecedoras dos medicamentos não se pronunciaram sobre o caso.

POLÊMICAS
A Medic Center tem como proprietária offshore localizada no Panamá, paraíso fiscal no Caribe. A Healthecnica é ligada à Logic Engenharia, que recebeu quantia milionária do governo do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), para obras com problemas constatados.

Os contratos firmados pelo Executivo são-caetanense com as empresas para o abastecimento de remédios foram em torno de R$ 1,2 milhão, sendo que a Medic Center detém maior fatia, R$ 963 mil, contra R$ 237,6 mil da Healthecnica. O processo licitatório foi realizado em maio.

O certame foi conduzido na FUABC (Fundação do ABC), mas com total articulação de Mário Chekin. O ex-secretário, por sua vez, garantiu que a culpa é da direção da fundação, pois, de acordo com ele, “a Prefeitura mantém contrato com a Fundação, que por sua vez administra todas as licitações e processos de seleção dos fornecedores”.

A entidade admitiu ser responsável pelos editais, porém, informou que apenas segue critérios preestabelecidos pela Secretaria de Saúde.

O episódio resultou em pedido de abertura de CPI, proposta pelo vereador Edison Parra (PHS). O humanista procurou adesão dos parlamentares, entretanto, somente Fábio Palacio (PR) assinou o documento solicitando investigação dos contratos firmados com as empresas e também sobre o desabastecimento na rede pública.

A oposição possui cinco nomes na Casa. Além de Parra e Palacio, são contrários ao governo os vereadores Cidão do Sindicato (SD), Marcel Munhoz (PPS) e Beto Vidoski (PSDB). Para ser aprovado, o pedido de CPI necessita de sete votos. 




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