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Inaugurada, ETE começa a operar só em abril

Equipamento, que tem como meta tratar 100% do esgoto e despoluir Rio Tamanduateí, entra em fase de pré-operação nos próximos meses

Por Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
09/12/2014 | 07:00
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André Henriques/DGABC


No dia em que Mauá completou 60 anos de emancipação político-administrativa, a Prefeitura e a empresa Odebrecht Ambiental entregaram ontem a ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) do bairro Capuava, que tem como objetivo tratar, até 2015, 100% do esgoto coletado na cidade. Do serviço atual, que atende 90% dos domicílios, apenas 6% recebem tratamento. Apesar da inauguração, a operação efetiva deve começar apenas em abril do próximo ano.

“Uma planta dessa magnitude, antes de iniciar os trabalhos, passa por um período conhecido como comissionamento. Ainda não está sendo feito com esgoto, e sim com água adquirida em carro tanque para testarmos o funcionamento dos equipamentos, da hidráulica, fazer alguma correção que seja necessária”, explica o diretor da concessão da Odebrecht Ambiental em Mauá, Thadeu Pinto.

A partir de janeiro, a ETE entra em fase de pré-operação. “Vamos testar processos de tratamento. Estamos falando de uma planta com capacidade para tratar 1.125 litros (de esgoto) por segundo. Nossa expectativa é, no início de abril, operar a estação na concepção como ela foi projetada, tratando o esgoto e devolvendo o afluente para o Rio Tamanduateí”, comentou.

O plano de obras da ETE foi iniciado em março de 2012 e ela está configurada para tratar o esgoto gerado por população de 500 mil habitantes, que deve ser atingida no município em 2040, segundo estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A Estação é a segunda da região, que conta com a ETE ABC, da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), em operação desde 1998, localizada na divisa entre as cidades de São Caetano e São Paulo. O diferencial está no porte. O equipamento mauaense foi instalado em terreno de 45 mil metros quadrados, espaço menor que as estações de tratamento convencionais no País.

Para adaptar o projeto à realidade, a empresa buscou tecnologia no Canadá, conhecida como Sistema de Reatores de Batelada Sequenciais Avançados, que emprega o tratamento biológico sem utilização de compostos químicos. “Visitamos estações com essa tecnologia em Bangkok e Cingapura e o processo de tratamento é inovador. O nível de automação é muito grande, o que dá confiabilidade ao tratamento”, ressaltou Pinto.

Três tanques com capacidade de 375 litros por segundo cada foram construídos. O ciclo de tratamento tem duração de quatro horas.

O diretor salienta que o investimento de R$ 167,6 milhões (R$ 150 milhões financiados pela Caixa Econômica Federal e R$ 20 milhões de contrapartida da empresa) não se resume apenas à ETE. “São obras de ampliação do sistema de esgotamento sanitário da cidade, como a implantação de mais de 22 quilômetros de coletores tronco, 7,6 quilômetros de interceptores e cinco estações elevatórias de esgoto.”

O prefeito Donisete Braga (PT) destacou que a missão vai além do tratamento. “Teremos também, em breve, a condição de transformar o esgoto que vai ser coletado e tratado em água de reúso para as indústrias e empresas da região, então, é um grande desafio que nos foi dado.”

Município abre 2ª Residência Terapêutica

Como parte da celebração do aniversário da cidade, a Prefeitura de Mauá inaugurou, na manhã de ontem, a segunda Residência Terapêutica do município, localizada na Vila Assis, que atua no atendimento e reintegração de pessoas com transtornos psicológicos graves.

O evento contou com a presença do ministro da Saúde, Arthur Chioro. A Pasta federal destinou R$ 20 mil para a implantação (que teve contrapartida de R$ 30 mil do município) e enviará, mensalmente, mais R$ 20 mil para custeio das atividades da casa, que atenderá dez pessoas. “(O envio do recurso) É uma política permanente e de tempos em tempos o ministério reajusta o valor para todo o Brasil”, falou Chioro. A administração mauaense arcará com outros R$ 15 mil.

A casa tem, por enquanto, sete moradores, entre eles apenas uma mulher, Adriana Amorim, 33 anos, que passou dois anos no Hospital Doutor Radamés Nardini, no município, em internação compulsória. “Com essa casa, liberamos os leitos que estavam ocupados para que as pessoas possam ser internadas em especialidades que devem ter o hospital como espaço de tratamento. São cinco a seis internações por mês que a cidade ganha naquele leito que estava servindo como moradia, porque a pessoa não tinha família e nem para onde ir”, ressalta o ministro, acrescentando ainda que os moradores da residência receberão R$ 412 por mês, do Programa De Volta Para Casa, do governo federal, para garantir mais independência.

Também na manhã de ontem, foi entregue a reforma da UBS (Unidade Básica de Saúde) do Jardim Kennedy, a primeira das 16 que estão sendo reformuladas.

Foram investidos aproximadamente R$ 400 mil, também com recursos da União e do município. A UBS tem cobertura populacional de 18 mil pessoas, com quatro equipes de Saúde da Família. 




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