Marulanda está na selva há mais de três décadas e fez das montanhas seu habitat. Seu tempo nao é marcado pela rigidez de um mandato presidencial, mas pela paciência de uma vida entre combatentes que querem chegar ao poder pela via das armas.
A sonhada república bolivariana deixou de ser uma utopia e atualmente já faz parte do cotidiano dos moradores dos estados de Caquetá, Putumayo, Meta, Guaviare e Vaupés, onde as forças rebeldes dominam.
Pastrana é regido pela Constituiçao, e sabe que o seu tempo está delimitado pelo mandato que lhe foi conferido nas urnas, portanto, tem pressa. O presidente é bem intencionado, mas há muito as Farc deixaram de ser apenas uma força capaz de realizar emboscadas às patrulhas do Exército na floresta. Atualmente, o movimento rebelde é uma força militar muito bem equipada, inclusive com helicópteros e carros blindados, como ficou comprovado recentemente nos combates que deixaram mais de 365 mortos.
É justamente a igualdade de forças que poe em cheque o processo de paz. Com esse quadro, a posiçao de Pastrana é das mais difíceis. Seu poder é legitimo, mas há vários militares nas Forças Armadas que entendem que o país caminha para a concessao de parte do território para os insurgentes. E isso, a maioria dos generais nao está disposta a aceitar.
Por esses motivos que a qualquer momento a paz dos grilos pode ser quebrada por uma rajada de metralhadora. A Colômbia de hoje pode ser o vietna de neste sábado , se a comunidade internacional nao se mobilizar e Marulanda e Pastrana nao chegarem a um acordo em La Uribe, segunda-feira (19).
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.