O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, iniciou nesta segunda-feira uma visita de três dias aos Estados Unidos, ao longo da qual ele será recebido nesta terça pelo presidente americano, George W. Bush, pela primeira vez desde sua eleição em março.
Nesta segunda-feira à noite, ele teve um primeiro contato com a secretária de Estado americano, Condoleezza Rice, e na quarta vai se dirigir ao Congresso - uma honra reservada aos aliados mais próximos de Washington.
Sucedendo ao ex-premiê Ariel Sharon, que tinha uma relação estreita com Washington e a imagem de um líder forte, Olmert tentará nesta visita "se apresentar como um dirigente sério, digno de confiança e que pode também realizar mudanças históricas", disse uma fonte israelense.
Depois de Sharon ter tomado a iniciativa da retirada israelense da Faixa de Gaza, Ehud Olmert, cujo partido Kadima ganhou as eleições legislativas de 28 de março, se comprometeu com o desmantelamento de colônias judaicas isoladas na Cisjordânia, mantendo, porém, as mais populosas.
Seu programa prevê a retirada de 70 mil colonos isolados para reagrupá-los em blocos que seriam anexados, no âmbito do "muro de segurança" que está sendo construído por Israel na Cisjordânia.
Este plano quebra os princípios do "Mapa da Paz" (plano internacional dos Estados Unidos, União Européia, Rússia e ONU) e suscita interrogações entre os americanos, às quais Olmert terá de responder durante sua estadia.
De acordo com um funcionário israelense, Olmert quer convencer os americanos de que tentará o que for possível para negociar com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, antes de iniciar um programa unilateral de retirada. "Ele precisa convencer a si mesmo, convencer os Estados Unidos e os países árabes de que tal possibilidade se esgotou", completou a fonte.
Impotente - Em entrevista no domingo ao canal CNN, Olmert ressaltou que Abbas foi privado de todos os seus poderes desde a chegada do movimento radical Hamas ao governo palestino, após as eleições de janeiro.
"Ele (Abbas) está impotente. Está fraco. É, inclusive, incapaz de deter as atividades terroristas entre os próprios palestinos. Então, como ele pode negociar, seriamente, com Israel e assumir a responsabilidade de (resolver) problemas essenciais que são alvo de polêmica entre nós e eles?", questionou.
Ao ser interrogado sobre seu plano de desmantelar unilateralmente algumas colônias da Cisjordânia sem negociações prévias com os palestinos, Olmert garantiu que prefere negociar. "Negociar: não há nada que eu queria mais. É meu desejo. É meu sonho. É minha missão".
Segundo ele, porém, os palestinos não estão suficientemente prontos para poder negociar, "em grande parte, porque eles se recusam e são incapazes de aceitar os princípios de base que foram postos na mesa pelo Quarteto (de Madri), pelo presidente americano, pelos europeus e é por isso que nós talvez não possamos discutir".
Ainda assim, Olmert disse que "vamos tentar fazer qualquer coisa, certamente não de maneira unilateral, mas por meio de negociações com nossos amigos, com as grandes potências mundiais, com o presidente americano, com os europeus, o Egito, com a Jordânia e vamos tentar estabelecer uma base para que se chegue a um acordo sobre nossas fronteiras".
Olmert se reunirá com Abbas, quando voltar dos Estados Unidos, "para verificar a possibilidade de relançar as negociações de paz", informou no domingo o vice-premiê Shimon Peres à rádio pública.
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