Os moradores da região tiveram representativo aumento na oportunidade de emprego qualificado nos últimos dez anos. Isso porque a formalização aumentou 57% na comparação entre outubro de 2004 e o mês passado, o que significa acréscimo de 278 mil pessoas no mercado de trabalho do Grande ABC com carteira assinada. No mesmo período, em contrapartida, o número de profissionais informais caiu 35%, o que significou a redução de 50 mil.
Em outubro, 758 mil moradores tinham emprego, no setor privado, registrados, o que representava, aproximadamente, 59% das pessoas ocupadas. No décimo mês de 2004, esse grupo respondia por fatia de 43%.
Por outro lado, as sete cidades contavam com 89 mil empregados sem registro, o mesmo que 7% do total de ocupados. Em 2004, o percentual era de 12%. Os autônomos, no mês passado, eram 14% dos empregados.
Reforça mais a ascensão da formalização na região a comparação com a Grande São Paulo, que encerrou outubro com carteira assinada de 54% do total de moradores ocupados. A fatia de informais era de 8,7%.
As informações são das PEDs (Pesquisas de Emprego e Desemprego) da região e da Grande São Paulo, desenvolvidas pela Fundação Seade em parceria com o Dieese. Elas refletem a situação dos moradores que trabalham nas cidades – sendo que cerca de 22% atuam fora dessa área.
Coordenador do Observatório Econômico da Universidade Metodista, Sandro Maskio acredita que os indicadores mostram “resultado muito positivo”, tendo em vista a criação de empregos de maior qualidade, ou seja, empresas contratando com registro em carteira para não correr o risco de perder a mão de obra.
“(Com esse avanço) Se tem a melhoria de qualidade do trabalho e se reduz a escassez da mão de obra capacitada, que sabe trabalhar, e gera diferencial gigante para as empresas. Para captar esse indivíduo, as empresas têm melhorado a qualidade de emprego que oferecem”, detalha Maskio.
O técnico do Seade e coordenador da PED, Alexandre Loloian, destaca que isso é sinal de que o mercado de trabalho do Grande ABC é muito maduro e consistente.
Maskio completa que a situação reflete melhoria na assistência ao trabalhador, no que diz respeito aos direitos previstos por lei que as empresas pagam aos seus funcionários registrados, entre eles a contribuição ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), para que tenham direito à aposentadoria e auxílios, e o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que funciona como poupança. Para registrar em carteira, as companhias desembolsam cerca de 70% sobre o salário bruto dos profissionais.
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