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Conselho de medicina investigará adiamento de cirurgia de menina
Fabio Berlinga
Do Diário do Grande ABC
15/11/2006 | 22:15
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O Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) abrirá sindicância para apurar se a demora no atendimento de uma menina de 2 anos e 11 meses, atropelada por uma moto, na madrugada de domingo, pode ter agravado o quadro de saúde dela, que está em coma induzido, no CTI (Centro de Tratamento Intensivo) pediátrico do hospital Neomater, em São Bernardo.

Adrienne Santos Rodrigues, que completa 3 anos no próximo dia 21, foi atropelada em frente a casa do tio dela, por volta da 1h30 do domingo. Cerca de 20 minutos depois, ela deu entrada no Hospital Santa Helena, em Santo André, no qual o pai, o gari Joseldo Luiz Rodrigues, 23 anos, tem convênio.

Três horas depois, ela foi transferida para o Hospital Neomater, em São Bernardo.já que o Santa Helena não possui CTI pediátrico. Ela teria de passar por cirurgia por apresentar várias fraturas de crânio, hematomas no cérebro, hemorragia e edema cerebral.

Segundo a administração do Neomater, às 7h, a equipe de neurocirurgiões estava pronta para fazer a cirurgia, mas uma ordem, vinda do Santa Helena, exigia que a operação fosse feita por médicos daquele hospital, o que só aconteceu cinco horas depois, segundo a administração do Neomater. O estado de saúde de Adrienne é grave.

Ninguém admitiu que a demora entre o acidente e a cirurgia tenha sido responsável pelo estado de saúde de Adrienne, como alega a família.

Depois de tomar conhecimento do caso, por meio da reportagem do Diário, o presidente do Cremesp e conselheiro responsável pelas delegacias regionais de Santo André e São Bernardo, Desire Carlos Callegari, disse que a sindicância pode ser aberta ainda nesta quinta-feira. “Vamos pedir os prontuários para os hospitais e ouvir todos os médicos envolvidos para ver se há indício de infração ética”.

Para o especialista em neurologia infantil Rubens Wajnsztejn, a cirurgia deveria ter sido realizada assim que constatada a necessidade de tal procedimento. “Os médicos têm de fazer independentemente do convênio. A vida tem de estar acima de tudo. Depois resolve o problema do convênio”, declarou Wajnsztejn. Caso seja constatada negligência, médicos e hospitais podem ser processados.




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