Durante um colóquio nesta terça-feira em Berlim, a diretora da OMS, Gro Harlem Brundtland, pediu que a poderosa Food and Drug Administration (FDA) americana e as outras autoridades internacionais encarregadas do controle dos remédios e alimentos ponham os cigarros sob sua tutela. É a primeira vez que a OMS, que iniciou uma ampla campanha antitabagista desde que Gro Harlem Brutland assumiu, em julho passado, fez este pedido, disse o porta-voz.
Brundtland quer que os produtos do tabaco contendo nicotina sejam submetidos às mesmas regras que outros produtos a base de nicotina, como os adesivos que visam o combate ao fumo. " bastante absurdo ver os adesivos vendidos sob receita enquanto os cigarros sao vendidos livremente. Ou os adesivos sao liberados para compra ou os cigarros devem ser vendidos apenas com prescriçao médica", disse o porta-voz.
Em sua intervençao em Berlim, Brutland afirmou que "o cigarro é um produto engenhosamente fabricado para proporcionar a quantidade exata de nicotina necessária para ser viciante, mesmo que o fumante acabe morrendo (em decorrência do vício)".
O tabaco foi incluído em 1890 na farmacopéia americana, mas depois de fortes pressoes exercidas sobre o Congresso pelos fabricantes de cigarro, foi excluído das competências da FDA. "A OMS pede agora que esta omissao seja retificada", disse o comunicado.
Brutland lançou uma ambiciosa iniciativa sob a forma de uma convençao internacional para limitar a expansao do tabagismo, que provoca a morte de 4 milhoes de pessoas ao ano e, se a tendência continuar, matará 10 milhoes de pessoas até 2025. "O cigarro é o único produto cujo uso normal provoca risco de vida", disse a OMS.
O projeto que deve ser submetido no mês próximo à assembléia-geral, a mais alta instância da OMS, prevê a abordagem do aspecto sobre impostos antitabaco, epidemiologia, proibiçao da publicidade e contrabando.
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