"Acho que a Sars pôs em evidência nossas contradições em relação aos costumes de higiene pessoal", disse Braema Mathi, parlamentar em Cingapura. "Se há um lado positivo na Sars é que nos permitiu perceber que éramos demasiadamente laxistas (aqueles que têm tendência a fugir à lei) e que não podemos aceitar tais comportamentos", afirmou Mathi, que também integra a direção de um hospital.
Em Cingapura, onde os regulamentos são bastantes rigorosos, 11 infratores foram condenados a pagar US$ 170 de multa cada um ao serem surpreendidos cuspindo em lugares públicos. Um homem que não atendeu às advertências foi detido e os multados nem se atreveram a tossir quando compareceram ante o tribunal, disse o jornal Streots Times, que publica as fotos dos infratores para servir de exemplo.
Limpesa - Até agora, a Sars já infectou quase oito mil pessoas no mundo e 660 morreram, a maioria no leste da Ásia, na China, Hong Kong, Taiwan e Cingapura. Neste último três países, as autoridades iniciaram em maio uma grande campanha para a limpeza de locais públicos, inclusive banheiros.
Na China, as administrações da capital, o Exército, os estudantes e as empresas foram obrigados a fazer a limpeza de seus locais, como parte de uma campanha para evitar a propagação do vírus.
Em Cantão, na Província meridional chinesa de Guangdong, onde a epidemia começou em novembro do ano passado (fato reconhecido pelas autoridades somente cinco meses mais tarde), uma patrulha sanitária formada por cerca de mil pessoas percorreu as ruas para evitar as cuspidas. Os infratores devem pagar uma multa de 50 iuanes (US$ 6) e ainda limpar o que sujaram.
Em várias ocasiões no passado, a China lançou campanhas para acabar com esse costume, mas sem grande sucesso porque a prática continuou sendo muito comum, principalmente nas cidades onde a qualidade do ar é má, o que obriga os habitantes a limpar a garganta e, "naturalmente", cuspir, segundo os médicos.
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