Cultura & Lazer Titulo
A graça de viver Olavo
Gabriela Germano
Da TV Press
27/05/2007 | 07:02
Compartilhar notícia


A pressão que um grande papel em uma novela das oito pode trazer não assusta Wagner Moura. Ele prefere encarar o mau-caráter Olavo, de Paraíso Tropical, como uma divertida brincadeira. O ator diz que só precisou ler o texto de Gilberto Braga para compor o executivo. “O Olavo é espetacularmente bem escrito”. Em sua segunda novela – ele interpretou o Gustavo de A Lua Me Disse –, o ator que na TV já protagonizou a minissérie JK, em 2006, compara a atuação aos sonhos da infância.

“O trabalho do ator é um brincar”. Apesar de satisfeito com os projetos que tem participado na Globo, Wagner prefere fazer contrato por obra. Apaixonado por teatro e com uma sólida carreira no cinema, ainda em 2007 ele mostrará a cara em três longas: Saneamento Básico, de Jorge Furtado, Romance, de Guel Arraes e Tropa de Elite, de Zé Padilha.

PERGUNTA: Como você encara a experiência do primeiro vilão e da primeira novela das oito?

WAGNER MOURA: Procuro sempre me divertir em todos os trabalhos que faço e não me sentir pressionado pelo tamanho ou importância do papel. Essa novela é uma oportunidade de fazer uma brincadeira com o folhetim clássico, com a figura tão marcante do vilão. O Olavo é um cara angustiadíssimo porque é preterido na empresa. Como ele não tem moral e é totalmente dissimulado, dá para esculhambar.

PERGUNTA: O que é mais prazeroso nesse trabalho?

WAGNER: Uma das coisas que estou adorando fazer nessa novela são as cenas com a Camila Pitanga. Porque o personagem é um cara tão esnobe e acaba se apaixonando por uma prostituta.

PERGUNTA: De que maneira a sua infância, vivida no interior da Bahia, influenciou diretamente seu trabalho?

WAGNER: Soma muito na questão da criação. O trabalho do ator é um brincar. E quando você é criado em um ambiente que proporciona essa liberdade, melhor ainda. Vivia em contato constante com a natureza e qualquer pedaço de pau ou uma pedra podiam ser milhões de coisas para mim.

PERGUNTA: Como foi o processo de composição para interpretar um personagem que representa o lado sujo do mundo executivo?

WAGNER: Esse mundo dos executivos e dos homens de negócio eu vivi um pouco na novela A Lua me Disse. Só que na novela, o Gustavo era bom caráter. No caso do Olavo, minha criação é feita toda em cima do texto do Gilberto Braga porque é um personagem espetacularmente bem escrito. O texto me bastou.

PERGUNTA: Como é lidar com a visibilidade e o assédio que uma novela das oito proporciona?

WAGNER: Encaro o assédio com tranqüilidade. Continuo fazendo tudo o que sempre fiz. No Carnaval, em Salvador, eu saio no meio do povo sem problemas. Geralmente, a maneira como as pessoas chegam até mim é sempre é muito bacana.

PERGUNTA: Como está lidando com as gravações de Paraíso Tropical?

WAGNER: Não tenho muito esse tempo acelerado da televisão, mas na minissérie foi pior para mim. Agora estou mais tranqüilo e adaptado ao ritmo da TV.

PERGUNTA: Como é sua relação atual com a televisão?

WAGNER: Continuo contratado por obra porque não pensava que fosse me adaptar tão bem à televisão. Não concordo com a história de que a TV limita o ator, apesar de ter começado no teatro e sentir que, quando volto aos palcos, me religo a valores básicos do meu trabalho. Aprendi muita coisa na TV, inclusive a lidar com a rapidez.



Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;