O 8º GB (Grupamento de Bombeiros) registrou redução média de 34% no número de vítimas e 25% nos acidentes de trânsito aos finais de semana no Grande ABC desde o dia 20 de junho, quando a Lei Seca entrou em vigor. O comparativo foi feito entre os números dos dois finais semana anteriores à lei, com os dois seguintes à nova regra.

A queda já pode ser identificada no segundo final de semana pós-Lei Seca. Nos dias 28 e 29 de junho, os bombeiros atenderam 47 acidentes com 42 vítimas. No último final de semana antes da legislação (14 e 15 de junho), os números foram, respectivamente, 58 e 79.

O tenente-coronel do 8º GB, Valdeir Rodrigues Vasconcelos, vê com satisfação este cenário. "Já esperava uma queda, mas não imaginava que fosse deste tamanho. Eu acredito muito no potencial da Lei Seca e aposto que ela vai continuar diminuindo os números", afirma. Vasconcelos lembra que a redução do número de acidentes significa além da preservação da vida, economia para o País.

A especialista em trânsito, Cristina Baddini, considera os dados previsíveis. "A lei pegou todo mundo de surpresa, mas é só pensar um pouco para perceber o quanto ela é boa", afirma.

Cristina lembra um estudo da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) que diz que a cada 100 acidentes de trânsito no País, 75 tem alguma relação com álcool. "As pessoas estavam acostumadas a beber e dirigir. Acredito que daqui para frente a fiscalização vá aumentar."

O superintendente da ANTP, Marcos Bicalho, também não se surpreendeu com a queda de acidentes registrada no Grande ABC. "Atacar o álcool era necessário. Antes não havia fiscalização." Entretanto, Bicalho teme que no futuro, a rigidez da lei a torne inviável. "Tenho medo de que depois de passada a fase inicial, ela acabe no esquecimento. Por enquanto, o momento é de adaptação, mas a fiscalização precisa ser contínua."

PELO BRASIL
O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) também diminuiu o ritmo de atendimentos depois da Lei Seca. Houve uma queda de 24% nas operações de resgate desde o dia 20. O levantamento inicial incluiu 14 unidades do Samu de diferentes regiões em 11 Estados brasileiros. A queda deve ser consolidada com o balanço de todo o território nacional.