Petista foi o único dos candidatos ao governo
de São Paulo a fechar a empreitada no vermelho
Terceiro colocado na eleição de outubro ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha (PT) foi o único entre os principais candidatos a fechar as contas da campanha no vermelho, com deficit de R$ 24,6 milhões que terá de ser pago mesmo após a derrota eleitoral. Ex-ministro da Saúde, o petista teve a candidatura afiançada pelo principal cabo eleitoral do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com a prestação de contas entregue ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Padilha arrecadou R$ 15,6 milhões e consumiu R$ 40,2 milhões. O desequilíbrio financeiro da campanha petista era notável na divulgação da primeira e segunda parciais das contas do candidato ao longo da empreitada. Em setembro, os balanços do ex-ministro indicavam que ele tinha gasto 743% a mais que os recursos angariados.
Na época, Padilha não demonstrou preocupação com a situação financeira e afirmou que o desequilíbrio ocorria, pois ele era o único a declarar o valor cheio dos contratos e previsões de gastos, que não necessariamente seriam atingidos.
O petista teve problemas de arrecadação por conta da desconfiança com a sua candidatura, que ficou a maior parte da corrida eleitoral na casa dos 7% de intenções de voto, segundo pesquisas eleitorais.
Lula foi o arquiteto da candidatura que tentou reproduzir a fórmula do ‘poste’ utilizada com a presidente Dilma Rousseff (PT) em 2010 e com o prefeito da Capital, Fernando Haddad (PT), em 2012. A estratégia do ex-presidente, que vinha dando certo, era lançar quadros técnicos e sem experiências nas urnas para criar novas lideranças no partido.
O resultado negativo dos gastos de Padilha, entretanto, não deve gerar problemas com a Justiça Eleitoral. “Os credores podem oferecer parcelamento da dívida. Caso ocorra calote, esse débito poderá ser cobrado na Justiça comum e nada implicará em punições de inelegibilidade”, explicou o especialista em Direito Eleitoral Tito Costa.
Padilha, o coordenador da campanha, Emidio de Souza (PT), e o coordenador regional da sigla, Claudinho da Geladeira, não foram localizados para comentar o caso.
ADVERSÁRIOS
Governador reeleito no primeiro turno, Geraldo Alckmin (PSDB) apresentou gasto similar ao de Padilha: R$ 40, 4 milhões. O tucano ainda deixou R$ 620 de saldo positivo. Paulo Skaf, do PMDB, terminou o período eleitoral com sobra de R$ 10 mil e despendeu ao todo R$ 29,2 milhões. Gilberto Natalini (PV) empatou a conta. Gilberto Maringoni (Psol) teve superavit de R$ 171. Laércio Benko (PHS) teve sobra de R$ 505.
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