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Setor espera manutenção do IPI menor

Executivos entendem que desoneração estimulará as vendas e pedem redução nos juros

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
29/10/2014 | 07:08
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Ricardo Trida/DGABC


As montadoras aguardam com ansiedade a definição da política econômica para o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff e esperam que seja mantido o desconto no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para os carros. Durante a comemoração da vitória na eleição, no domingo, a presidente reeleita indicou que anunciaria novas medidas para retomar o crescimento econômico e que daria prioridade à indústria.

O presidente da General Motors para a América do Sul, Jaime Ardila, assinalou que a expectativa é que Dilma continue a estimular o segmento automotivo, que responde por 25% do PIB (Produto Interno Bruto) industrial, e mantenha o incentivo tributário. A afirmação foi feita durante o evento de coletivas de imprensa do Salão do Automóvel (no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo) que abre oficialmente para o público amanhã. Atualmente, para carros até 1.000 cilindadas, o IPI está em 3% até 31 de dezembro e, após essa data, retorna ao patamar normal, de 7%.

Também no evento, o presidente da Fiat, Cledorvino Belini, afirmou que está otimista em relação ao desempenho do setor no ano que vem, mas considera que seria ideal que se mantivesse o nível atual do tributo. Ele avalia ainda que, depois de um ano cheio de eventos que atrapalharam a atividade (como a Copa do Mundo e a eleição), no primeiro trimestre de 2015 deve começar a retomada de vendas e, se a inflação retrair, haverá espaço para a redução dos juros e o crescimento econômico.

Por sua vez, o vice-presidente da Toyota do Brasil, Luiz Carlos Andrade, assinalou que, com o mercado caindo 9% neste ano, seria importante manter o incentivo para que o frear tal movimento. O segmento enfrenta dificuldade por causa da fraca demanda e do alto nível de ociosidade das fábricas, que segundo o vice-presidente da Ford América do Sul, Rogelio Golfarb, gira em 45% atualmente e que, em 2015, pode chegar a 50%, se o mercado não reagir. “A capacidade ociosa é uma preocupação nossa”, disse.

Já o presidente da Volkswagen do Brasil, Thomas Schmall, avaliou que, junto com o IPI reduzido, o governo precisaria definir pacote com outras medidas para estimular o segmento e, eventualmente, compensar a retirada desse desconto. “Precisamos de um plano de médio prazo”, alertou. Ele citou, por exemplo, que poderia haver medidas para ampliar o financiamento bancário e considerou boa a ideia de facilitar, para as instituições financeiras, a retomada do bem, no caso de inadimplência.  




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