Uma rede separa o sonho de dois irmãos apaixonados por vôlei. Fidele, levantador do BMG/São Bernardo, e Ricardo, oposto do Volta Redonda (RJ), se encontram hoje, às 13h, no Ginásio Baetão em lados opostos da quadra, apesar de nutrirem incondicional desejo de jogar no mesmo time.
Mais novo, Fidele vê no irmão a principal inspiração. Natural de Americana, no Interior, ele era fã de futebol até ser influenciado por Ricardo a jogar vôlei. "Adorava bater bola na rua e meu irmão insistia para que eu o acompanhasse no vôlei. De tanto falar acabei cedendo", conta Fidele.
Quatro anos mais velho, Ricardo não esconde a felicidade por ter convencido Fidele. "Ficava inconformado. Via ele se desenvolver, ganhar altura e desperdiçar no futebol. Hoje ele é meu ídolo", comenta, referindo-se aos 2,08 m do levantador.
Quis o destino que em seis temporadas na categoria adulta ainda não houve chance dos irmãos atuarem do mesmo lado. "É incrível. Por mais que desejamos não aconteceu. No início desta temporada o Volta Redonda me procurou, mas já estava comprometido com o São Bernardo", lamenta Fidele.
Entre os mais rebuscados elogios, ambos só se preocupam com os corações do pai Florisvaldo e da mãe Vilma, que, obviamente, ficam divididos. O casal, que mora em Americana, irá prestigiar o duelo. "Meu pai, principalmente, sofre demais com essa situação", lembra Ricardo. "Uma vez ele cortou metade da camisa do time de cada um e fez uniforme dividido", acrescenta Fidele.
Companheiros dentro e fora de quadra, os irmãos revelam que, por mais concentrados que estejam, não esquecem o parentesco. "Olha, é difícil soltar a mão sabendo que o Fidele está do outro lado. É duro", constata Ricardo. "Como sou levantador, não tenho esse problema. Tento focar no meu time", ressalta Fidele.
Apesar do respeito mútuo, depois da partida não tem jeito, e o vencedor sempre tira uma casquinha. "Por enquanto, em jogos válidos pela Superliga, o placar está 2 a 2. Este será o confronto do desempate", contabiliza Fidele.
Irmãos na Superliga não é exclusividade da família Faccin. No total, são nove duplas na temporada. No São Bernardo há outros dois casos. Renan é irmão de Tarcisio, do Blumenau, e Guilherme, de Letícia, do São Caetano. A dupla mais famosa, porém, é da família Endres. O ponta Murilo, do Sesi, melhor jogador da Liga Mundial é irmão de Gustavo, do Pinheiros.
RODADA - Todos os times da região jogam hoje. No masculino, São Caetano recebe o Sogipa, às 11h, no Milton Feijão, e o Santo André pega o Vôlei Futuro, às 20h (em Araçatuba). No feminino, São Caetano encara o Brusque, às 17h, e São Bernardo o São José, às 10h30.
Líbero Escadinha anuncia o adeus à Seleção Brasileira
Chega ao fim uma das trajetórias mais vitoriosas de um jogador na Seleção Brasileira de Vôlei. Abaixo de sua capacidade física, o líbero Sérgio Escadinha, que atualmente defende o Sesi na Superliga, anunciou ontem que não irá mais atuar pelo combinado nacional, mas descartou a aposentadoria.
"Já conversei com ele (Bernardinho, técnico). Minha intenção é não continuar na Seleção. Já dei minha contribuição e não sei se seria mais útil. A Seleção vem conquistando muito e precisa ser renovada", avalia o jogador, 35 anos, titular absoluto desde 2001.
Pela Seleção, Escadinha conquistou a medalha de ouro na Olimpíada de 2004 e foi campeão mundial em 2002 e 2006. Além disso, venceu sete edições da Liga Mundial e uma da Copa do Mundo em 2003, entre outros títulos.
Com a decisão, o jogador pretende focar no Sesi e ganhar a Superliga. "Enquanto estiver me divertindo, estarei jogando. Não interessa se na quadra tem uma criança ou adulto. Eu quero estar no meio", finaliza o craque, que será naturalmente substituído por Mário Júnior.
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