A Festa Alemã do Clube Atlético Aramaçan, em Santo André, terá uma importante missão neste ano: arrecadar recursos para a construção da Casa da Visão, projeto do Rotary Santo André para diagnosticar doenças oculares em crianças da rede pública do município. O tradicional evento da cidade será realizado no dia 31 e pretende reunir em torno de 1.000 pessoas. Os ingressos, ao custo de R$ 140 por pessoa, já podem ser adquiridos em quiosque no próprio Aramaçan e também pelo telefone 2842-2476.

Neste ano, 63 patrocinadores estão envolvidos com a causa. Segundo o conselheiro do Rotary Norte Nilson Colombo, o projeto da Casa da Visão é uma expansão do Educando com Visão, que há 12 anos realiza mutirões de diagnóstico de problemas de visão nos pequenos alunos do Ensino Fundamental andreense. “Neste período, em torno de 15 mil crianças passaram pela triagem do projeto, e pelo menos 4.000 óculos foram entregues.”

A estimativa é que sejam necessários R$ 2,5 milhões para construir e equipar a Casa da Visão, que funcionaria como um ambulatório de oftalmologia. “O foco maior será na criança, mas se a família é carente e precisa, também vamos atender”, destaca Colombo. O terreno onde será instalado o projeto está em fase de definição e será cedido pela Prefeitura de Santo André, parceira da iniciativa, à entidade.

Além da distribuição dos óculos, o Educando com Visão garante o acompanhamento de crianças que tem problemas oculares graves, como glaucoma e catarata infantil. O tratamento, gratuito, é feito pela Faculdade de Medicina do ABC. Atualmente, a região com maior demanda é o entorno da Vila Luzita.

Segundo Colombo, o diferencial do projeto do Rotary é o fato de que as crianças podem escolher o modelo de armação que querem utilizar. “Os óculos fazem parte da vida da criança e se ela não gostar, se sofrer bullying, não vai usar. Então, levamos alguns formatos e deixamos que ela escolha.”

Uso das lentes facilita aprendizado das crianças nas escolas da cidade

Os pequenos Lucas da Silva Lima, 8 anos, e Maria Eduarda dos Santos Silva, 7, colegas de sala na Emeief Luiz Gonzaga, no Parque Erasmo, em Santo André, foram contemplados pelo projeto Educando com Visão e ganharam seus óculos no primeiro semestre deste ano.

“Meu filho ia mal na escola e eu achava que ele não queria fazer lição porque não gostava de estudar. Foi uma surpresa descobrir que ele tinha problema de visão”, conta a mãe de Lucas, a vendedora Suelen da Silva Branco, 24. Ela lembra ainda que o menino tinha dificuldades de aprendizagem. “Agora ele sabe ler e escrever”, diz, orgulhosa.

A diarista Andreza Áurea dos Santos, 35, mãe da estudante Maria Eduarda, já havia notado que a menina assistia à televisão de maneira diferente. “Ela deixava a cabeça abaixada, mas não desconfiei que pudesse ser problema de visão.”

O projeto do Rotary diagnosticou a miopia de sete graus de Maria Eduarda e os óculos finalmente a fizeram enxergar o mundo ao seu redor, inclusive na escola. “Agora eu vejo tudo”, disse a menina, feliz.