Uma caixa de bebida se transforma em ônibus azul. Com bolinhas de desodorante roll on e tampinhas coloridas de garrafa pet, é possível fazer uma centopeia. CDs usados, móveis velhos, papel, madeira, alumínio e até chaves perdidas por aí. Tudo vira brincadeira na Sucatoteca do Parque Escola de Santo André.
A área destinada à educação ambiental foi criada há oito anos para ensinar a criançada a fazer seu próprio brinquedo de sucata. Hoje o foco é outro, conforme explicou uma das responsáveis pelo espaço Nerli Aparecida Quintas. "Há seis anos percebemos que a criança fazia o brinquedo, mas depois jogava fora, porque não havia continuidade do tema na sala de aula. Portanto, começamos a treinar os professores, que são os verdadeiros multiplicadores da ideia", destacou.
As visitas à Sucatoteca fazem parte da aula-passeio do Parque Escola, com cerca de 1h30 de duração. As professoras da rede interessadas em desenvolver o tema da reciclagem em sala de aula levam os alunos ao local e, ali, apresentam os primeiros conceitos.
Os alunos da Emeif Dom Jorge Oliveira, do bairro Condomínio Maracanã, visitaram a Sucatoteca na última sexta-feira acompanhados pela professora Rosângela Beltrame. Primeiro, passaram pelo sucatário, onde se encontram todos os materiais disponíveis para a atividade, doados pela comunidade ou por escolas da região.
Depois, seguiram para a Sucatoteca, onde ficam expostos os brinquedos e utilitários construídos nas oficinas. Ali, as meninas se encantaram com as tiaras feitas de arame e lantejoulas. Já os meninos gostaram mesmo do jogo da velha. "Trabalhamos a questão da reciclagem em sala de aula. As crianças fizeram meios de comunicação com sucata, tais como telefones, computadores, e outros. Agora, a ideia é continuar a atividade e fazer um jogo educativo", explicou Rosângela.
CRIANÇADA
O estudante Thiago Vieira de Lima, 9, fez um celular com uma caixa de sapato. "É legal porque posso ter meu próprio brinquedo mesmo sem meu pai ter dinheiro para comprar", afirmou. A colega Andreina Fernanda de Souza Gouveia concordou. "Quero aprender a fazer uma casa de boneca igual aquela", disse, apontando para uma casinha cor de rosa de madeira.
Para Nerli, o importante é que o espaço ensina de forma lúdica. "A criança aprende a responsabilidade social sobre reciclar, reaproveitar, reduzir e repensar a geração de lixo", destacou. Além disso, os pequenos levam os conceitos para casa e dão bronca nos pais. "Sempre peço para eles não jogarem nada reciclável no lixo. A gente tem que reaproveitar", garantiu Matheus Redrado Procópio, 10, louco para fazer um carrinho de garrafa pet.
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