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Medicina do ABC barateia retirada de tatuagem
Luciana Sereno
Do Diário do Grande ABC
22/05/2004 | 18:14
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A laserterapia é a alternativa de quem se arrepende de ter feito um dia uma ou várias tatuagens. Seja por posição profissional ou pessoal, não é incomum que as pessoas se arrependam de ter marcado definitivamente a pele. Há 15 anos, não havia técnica alguma de remoção de tatuagens profissionais ou definitivas no Brasil. Com o tempo, chegaram as cirurgias plásticas e a dermatoabrasão (tipo de lixamento da tatuagem que deixa cicatrizes e seqüelas). Mas a técnica mais top no mercado hoje é a laserterapia, menos indolor – não totalmente – e mais eficaz.

Para sumir o desenho, são necessárias várias aplicações a laser. Para a remoção de tatuagens profissionais – feitas em clínicas com material mais resistente –, são necessárias em média dez aplicações. Desenhos coloridos são os mais demorados de sumir. “Atingimos o pigmento da pele sem ferir os tecidos. Com isso, conseguimos evitar cicatrizes grandes”, explicou o chefe do setor de Laserterapia da Faculdade de Medicina do ABC, Simão Cohen.

Na próxima quarta-feira, a faculdade começa a atender pacientes interessados em remover tatuagens. Serão 20 atendimentos por semana. O preço por aplicação varia de R$ 180 a R$ 250. Em clínicas particulares o custo pode chegar a R$ 800 por aplicação.

Na consulta, o médico diagnostica o caso e verifica se é possível a remoção completa. É também nesta triagem que os pacientes negros são informados que o espaço de pele onde estava a tatuagem ficará marcado por uma mancha branca, por causa da melanina que é queimada. Em qualquer cor de pele, as cores mais escuras – preto e azul – são as mais fáceis de serem removidas. “Diferente dos tons coloridos. O amarelo é um dos mais difíceis de clarear”, disse o médico.

A faculdade está fazendo testes com o novo aparelho em alguns arrependidos. Dois deles resolveram se candidatar como cobaias por causa da profissão. “Sou técnico de processos, participo de quatro reuniões por dia e a tatuagem começou a me incomodar”, disse Vanderlei Tavia, 29 anos. A tatuagem do morador de Mauá é uma tribal no dedo médio da mão esquerda. “Fiz há dez anos e de um tempo para cá tento disfarçar com esparadrapo ou anel.”

Tavia já fez cinco sessões de laserterapia e conta que o desenho sumiu 60%, mas que na primeira sessão mal notou diferença. “Além disso, dói muito. Bem mais do que para fazer.”

Outra paciente do ambulatório é Darzilan Colombo. Prestes a completar 30 anos e se formar em Direito, a moradora de Mauá diz que sempre gostou do cavalo alado que fez no tornozelo. “Mas estou em outra fase da vida e a tatuagem não combina mais.” Ela é micro-empresária e disse que resolveu retirar o desenho porque ele é incompatível com a nova profissão que pretende exercer, de advogada. “Sei que há até promotoras tatuadas e meus professores da faculdade dizem que não tem problema, mas acho que o mundo do Direito é muito formal”.




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