Diego Hypólito foi para o Mundial de Ginástica, em Nanning, na China, quase que a passeio. Atleta de São Bernardo, ele era o segundo reserva da Seleção Brasileira e sabia que dificilmente iria competir. Quis o destino, porém, que ele fosse exigido. Com as contusões de Petrix Barbosa e Caio Souza, o experiente ginasta ganhou a chance e não decepcionou. Fez grande apresentação no solo e retornou ao Brasil com a medalha de bronze no pescoço.

Apesar de ser bicampeão mundial, Diego, 28 anos, garantiu que a conquista na China foi a mais importante da carreira. “Já tive grandes momentos na minha vida, mas depois que fui mandado embora do Flamengo fiquei muito triste, passei por psiquiatra, só tomava remédio e dormia. Via que minha carreira estava caindo. Foi quando recebi o convite de São Bernardo para voltar a treinar. Isso me devolveu motivação e corresponder à confiança em pleno Mundial foi muito importante. Depois da prova, ficava me beliscando e chorando, não podia acreditar no que tinha acontecido”, explicou Diego.

O ginasta revelou que só soube que iria competir na China duas horas antes do treino classificatório. “O Petrix havia se machucado, mas o Caio estava bem. Ele torceu o pé um dia antes das provas, mas achava que era só um susto. Quando entramos no ônibus para ir ao ginásio o técnico perguntou se eu estava com meu uniforme de competição, respondi que não e ele me pediu para ir buscar porque iria competir”, contou. “Foi uma mistura de emoção e preocupação, mas estava preparado porque o tempo todo que estive com a Seleção procurei fazer tudo certo. Isso contribuiu para o resultado final”, garantiu.

O bronze recolocou Diego no cenário e reacendeu a chance de conquistar uma medalha olímpica em 2016, no Rio de Janeiro. “Passei por uma fase que não foi fácil. Não ganhei ouro nem nos Jogos Regionais, mas agora estou renovado. Percebi que se continuar treinando direitinho tenho condições de estar entre os melhores. E é isso que vou fazer. Cheguei ontem (terça-feira) ao Brasil e hoje (ontem) já retomei os treinamentos”, disse.

Além da disputa individual, a medalha de Diego é importante para a equipe brasileira, que conseguiu a inédita sexta colocação no Mundial. “Ficar em sexto já é um resultado que ninguém poderia imaginar. Tínhamos como melhor resultado um 13º e agora precisamos evoluir para estarmos com o time completo na Olimpíada do Rio de Janeiro”, projetou o ginasta de São Bernardo.

Há quatro meses na cidade, atleta não treina no novo CT

Se Diego Hypólito está feliz com a medalha de bronze conquistada no Mundial da China, poderia estar muito mais se já estivesse treinando no Centro de Ginástica de São Bernardo. Há quatro meses na cidade, ele tem recorrido a outros ginásios para trabalhar. O espaço deveria ter iniciado as atividades no primeiro semestre de 2013, mas só deve ser oficialmente inaugurado em novembro.

Localizado no terreno do antigo clube de Volks, o centro de ginástica recebeu investimento de R$ 7,3 milhões do Ministério do Esporte e será o mais moderno do País.

Foram comprados os melhores equipamentos no mercado em lote que equivale a mais do que toda a importação de aparelhos da modalidade feita pelo Brasil nos últimos 41 anos.