Prefeitura assinou ontem um contrato para
a construção de uma estação de tratamento
A construção de mais uma ETA (Estação de Tratamento de Água) em Santo André irá elevar de 150 para 500 litros por segundo o volume do recurso produzido na cidade. Com isso, o município passará a ter autonomia de 25% em relação ao que é comprado da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). O contrato de financiamento para a obra, no valor de R$ 80 milhões, foi assinado ontem entre o ministro das Cidades, Gilberto Occhi, e a prefeita em exercício, Oswana Famelli (PRP).
Além de Santo André, Occhi liberou recursos para outros quatro municípios onde a presidente Dilma Rousseff (PT) perdeu a eleição no primeiro turno. Apesar da coincidência, o ministro nega haver relação política nos investimentos. Ele cita os repasses da Pasta ao Estado de São Paulo, governado por Geraldo Alckmin (PSDB). “Desde 2003, o Ministério das Cidades aportou cerca de R$ 503 bilhões no Brasil inteiro para obras de habitação, saneamento, infraestrutura e mobilidade urbana. Desse total, São Paulo recebeu R$ 168 bilhões. Essa é uma forma republicana de trabalhar em todas as cidades.”
Atualmente, a demanda de Santo André é de 2.100 litros de água por segundo, de acordo com o superintendente do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), Sebastião Ney Vaz Júnior. As propostas das empresas interessadas em participar da licitação deverão ser abertas amanhã. Caso o processo se desenrole sem entraves judiciais, as obras terão início ainda neste ano, com previsão de término para 2016.
A ETA será construída no bairro Recreio Borda do Campo. Além dos R$ 80 milhões financiados pela Caixa Econômica Federal, a Prefeitura terá contrapartida de R$ 9 milhões, valor a ser gasto com desapropriação de um clube. Atualmente, a cidade conta com a ETA Guarará, que produz 150 litros de água por segundo – o equivalente a cerca de 6% do consumo total. O novo equipamento deverá beneficiar 150 mil pessoas de bairros no entorno da Vila Luzita.
O principal objetivo da construção, diz Ney Vaz, é diminuir a sobrecarga do Sistema Alto Tietê, manancial que atende Santo André e mais nove cidades e estava ontem com 10,1% de seu volume acumulado. “A água a ser tratada por esta ETA será retirada do Sistema Rio Grande (cujo nível ontem era de 73,7%). Com isso, daqui a dois anos, vamos melhorar mais essa independência em relação à Sabesp”, diz o superintendente. Hoje, metade do recurso usado pelo município é oriunda do Rio Grande.
Semasa admite possibilidade de implantar rodízio na cidade
O superintendente do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), Sebastião Ney Vaz Júnior, admitiu ontem a possibilidade de implantar rodízio de água. “Não é agora. Se a gente continuar a ter problema de falta d’água obviamente vamos adotar.” Não foi dado prazo.
O gestor diz que a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) mantém o volume enviado, de 2.100 litros por segundo. “No horário de pico, principalmente em dia quente, as pessoas consomem mais água quando chegam ou saem de casa. Os reservatórios estão cheios de manhã e esvaziam à medida que a água vai sendo consumida. A Sabesp só vai mandar água para a gente no fim do dia. Então, nesse período, todo mundo vai ficar sem.”
A Sabesp informa que “continua disponibilizando a mesma quantidade dos meses anteriores e que a administração da distribuição é de responsabilidade da Prefeitura (do Semasa). A quantidade está dentro dos padrões para o número de habitantes.”
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