Na corrida presidencial, pouco mais de 600 mil eleitores se abstiveram ou votaram nulo e branco
Dos 2 milhões de eleitores das sete cidades aptos a votar, cerca de 30% rejeitaram os candidatos. Para presidente, não quiseram ir ao local de votação ou escolheram branco ou nulo 544.829 pessoas. Já para o governo estadual foram 677.159.
A rejeição eleitoral na região seguiu os moldes do Brasil e do Estado. No País, as pessoas que não foram aos colégios eleitorais ou votaram branco e nulo chegaram a 38.798.244, que representam 27,16% do eleitorado nacional. O montante é superior às votações recebidas pelo presidenciável Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB), que ficou fora da disputa do segundo turno. O tucano angariou 34.897.211 sufrágios, enquanto a socialista foi lembrada por 22.176.619 cidadãos nas urnas.
A presidente Dilma Rousseff (PT), que venceu o primeiro turno, supera as abstenções em apenas 4,46 milhões de votos, já que conquistou 43.267.668 sufrágios.
No caso da eleição para governador do Estado, a abstenção atingiu o número de 10.638.495, que representa 33,26% do eleitorado paulista, e conseguiu superar a soma dos votos dos dois principais nomes – Paulo Skaf (PMDB) e Alexandre Padilha (PT) – que tentaram impedir renovação do mandato de Geraldo Alckmin (PSDB). Juntos, peemedebista e petista alcançaram 8.483.292 sufrágios. Se tivessem conseguido convencer parte desses votantes a aderir suas propostas, poderiam ter levado a disputa para o segundo turno.
O volume dos eleitores que reprovam os candidatos é encarado como natural pelo cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política Rui Tavares Maluf. “A abstenção já vinha crescendo gradativamente, mas não foi a maior de todos os tempos. Em 1998 foi maior. Faz parte da democracia”, explicou. O especialista atribuiu os números aos mecanismos atuais, que impõem punições brandas para quem ignorar a eleição. “Mesmo o voto sendo obrigatório, muita gente se sente à vontade para faltar nas eleições, pois as punições são pequenas. A falta do recadastramento também ajuda. Muita gente que já morreu ainda é contada como eleitor. Esse número, de certa maneira, é comum.” (Colaborou Renato Gerbelli)
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