Política Titulo Tradição
Alckmin é reeleito governador de São Paulo e faz história

Vitória consagra hegemonia pessoal e partidária; atual chefe do Executivo assume mandato pela quarta vez

Gustavo Pinchiaro
Leandro Baldini
06/10/2014 | 07:17
Compartilhar notícia
Ricardo Trida/DGABC


Com 57,31%, ou 12.230.807 dos votos válidos, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) foi reeleito para comandar o Estado por mais quatro anos. A vitória consagra trajetória pessoal do atual chefe do Executivo e hegemonia tucana em São Paulo.

Alckmin foi eleito para o seu quarto mandato à frente do Palácio dos Bandeirantes, feito jamais alcançado por outro político, e o PSDB conquistou sua sexta gestão consecutiva entre os paulistas, sendo a terceira vez seguida arrematada em turno único.

Alckmin teve como principais adversários Paulo Skaf (PMDB) e Alexandre Padilha (PT), que tiveram 4.594.708 votos (21,53%) e 3.888.584 adesões (18,22%), respectivamente. O peemedebista tentou se apresentar como opção à polarização PT-PSDB para capitanear o sentimento de renovação. Já o petista assumiu a missão a pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que reproduziu a fórmula de lançar nomes desconhecidos nas urnas que deu certo com a presidente Dilma Rousseff (PT), em 2010, e com o prefeito da Capital, Fernando Haddad (PT), em 2012.

Gilberto Natalini (PV) atingiu 1,22%, Gilberto Maringoni (Psol) teve 0,88%, Laércio Benko (PHS) avançou a 0,62%, Walter Ciglioni (PRTB) angariou 0,11%, Wagner Farias (PCB) chegou a 0,06% e Raimundo Sena (PCO) foi lembrado por 0,05%.

O PSDB conquistou o governo do Estado pela primeira vez em 1994, com Mário Covas, reeleito em 1998 e faleceu em 2001. Então vice-governador, Alckmin assumiu o posto e garantiu a continuidade tucana por mais quatro anos nas urnas em 2002. O senador eleito José Serra venceu o pleito para o Palácio dos Bandeirantes em 2006 e o atual chefe de São Paulo ganhou seu terceiro mandato em 2010.

Os tucanos também mantiveram tradição de vencer as últimas três eleições no primeiro turno. A última vez que o pleito estadual foi ao segundo turno foi quando Alckmin defendeu o legado de Covas em 2002, em eleição contra o ex-deputado federal José Genoino (PT), que tinha o então sindicalista Luiz Marinho (PT) como vice – hoje o petista é prefeito de São Bernardo.

CELEBRAÇÃO
O palco escolhido pelos tucanos para a comemoração da vitória foi o diretório estadual da sigla, situado em Moema, Zona Sul da Capital. O local ficou lotado por apoiadores e correligionários que foram tomando as dependências do espaço, logo após o começo da apuração, às 17h.

Por volta das 22h foi a vez de Alckmin chegar ao local. Acompanhado pela primeira-dama Lu Alckmin e o vice-governador eleito, Márcio França (PSB), o chefe do Executivo paulista saudou a todos e fez pronunciamento. “O governador Mário Covas dizia que o povo de São Paulo não vira as costas para o Brasil. E mais uma vez, não o fez. O resultado das urnas consolida o que está indo bem e nos dá a responsabilidade para continuar trabalhando. Amanhã (hoje) estarei de pé cedo para trabalhar mais”, salientou.

E mandou recado: “Vamos entrar na campanha do Aécio (Neves, candidato a presidente da República do PSDB) a partir de agora. O Ronaldo Fenômeno (ex-jogador, que apoia a coligação tucana) falou que de virada é mais gostoso. Então, vamos à virada”, inflamou.

Skaf deseja ‘sucesso’ a seu algoz e agradece pelos votos

Com a expectativa frustrada de disputar o segundo turno da eleição estadual, Paulo Skaf (PMDB) desejou “sucesso” ao governador reeleito Geraldo Alckmin (PSDB) e “agradeceu” pelos 4.594.708 votos que recebeu do eleitorado paulista. O peemedebista evitou falar sobre futuro político e como será seu papel no segundo turno da eleição presidencial.

“A votação e a eleição são soberanas, não se discute. As urnas elegeram o governador e só tenho a desejar sucesso para ele. Não é uma noite para análises”, afirmou Skaf, que passou os três meses de campanha explorando o discurso de “ausência do Estado” em locais periféricos e outros problemas da gestão tucana.

O peemedebista ficou o dia todo de ontem afirmando estar “confiante no segundo turno” e defendendo que seria importante para o eleitor ampliar o debate. “Recebi esse resultado de forma muito equilibrada, de forma agradecida a quase 5 milhões que depositaram seu voto de confiança”, comentou.

Skaf, que contou com os serviços do marqueteiro Duda Mendonça, evitou apontar erros na estratégia eleitoral e disse que a empreitada foi “positiva”. “A campanha que nós fizemos foi muito elogiada pelas nossas ideias. Espero que o governador eleito possa aproveitar, ficaria feliz.”

O candidato derrotado não quis comentar o futuro político. “Por hoje é agradecimento, vamos deixar a poeira assentar, com calma, com serenidade. Amanhã é outro dia”. Esta foi a segunda disputa pelo Palácio dos Bandeirantes de Skaf. Em 2010, ele se lançou na disputa pelo PSB.

O peemedebista não quis comentar se participaria do segundo turno da eleição presidencial, que terá a presença da presidente Dilma Rousseff (PT) e do vice e seu correligionário Michel Temer. Durante toda eleição, Skaf apenas disse que votaria com seu partido e evitou formalizar voto no PT. GP

Padilha despista sobre futuro e afirma ser soldado de Dilma

JÚNIOR CARVALHO
Especial para o Diário
juniorcarvalho@dgabc.com.br

Candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha evitou falar sobre seu futuro político após a derrota para o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que emendou o quarto mandato, com 57,31% dos votos válidos (12.230.807 adesões). O petista ficou na terceira colocação, com 18,22% (3.888.584 sufrágios). O presidente licenciado da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf (PMDB), foi lembrado por 21,53% do eleitorado (4.594.467), o que lhe rendeu a segunda colocação.

Após acompanhar a apuração dos votos em sofisticado hotel no Jardim Paulista, na Zona Sul da Capital, Padilha discursou para militantes do PT, acompanhado do prefeito da Capital, Fernando Haddad (PT), do presidente estadual do PT, Emidio de Souza, e do seu candidato a vice, Nivaldo Santana (PCdoB). O ex-ministro da Saúde agradeceu “o apoio dos quase 4 milhões de paulistas” e destacou que não era mais candidato e que iria defender exclusivamente o projeto de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).

“Deixo agora de ser o candidato do PT ao governo do Estado para ser soldado da reeleição da presidente Dilma”, discursou Padilha, que desconversou sobre possível retorno a ministério, caso o PT consiga manter a petista na cadeira. “O trabalho agora é reeleger Dilma, gente”, despistou.

Mesmo com a apuração ainda em andamento, na noite de ontem, o clima entre os petistas no hotel não era dos melhores. Sem ter o que comemorar, militantes aplaudiam quando confirmavam qualquer triunfo do PT nos Estados. O contrário acontecia quando postulantes do PSDB e de partidos próximos ao tucanato venciam pelo País: vaia em massa. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;