A chanceler alemã, Angela Merkel, chegou ao Vietnã nesta terça-feira, deixando para trás a crise da dívida que agita a zona do euro para levar adiante um acordo de livre comércio e pressionar o país comunista em relação aos direitos humanos. A viagem, que também a levará para a Mongólia, ocorre pouco depois de Merkel ter prometido ao presidente francês, Nicolas Sarkozy, que dará dentro de algumas semanas uma resposta à turbulência econômica que despertou preocupações com o setor bancário da Europa.

Antes da visita de quatro dias, Merkel, que está acompanhada por importantes líderes empresariais de olho em oportunidades de investimento, destacou a necessidade de reforçar os laços entre as duas economias de mais rápido crescimento na Ásia e a principal economia da Europa. "O Vietnã é um país emergente na Ásia, desfrutou de um crescimento econômico acelerado nos últimos anos e está cada vez mais se tornando um concorrente para grandes nações, como a China", disse Merkel em seu programa semanal de rádio.

Uma graduada fonte do governo alemão disse que Merkel faria avançar um acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Vietnã, acrescentando que a Alemanha "é uma forte defensora de tal acordo". O início das negociações para o acordo foi anunciado em março do ano passado pela União Europeia.

A líder alemã chega a um país que se debate com seus próprios problemas econômicos. Por longo tempo concentrado nas exportações, o Vietnã em fevereiro desviou sua atenção para a estabilização de uma economia debilitada pela maior taxa de inflação da Ásia, diminuição das reservas externas, desvalorização cambial e déficit comercial. Relatórios oficiais dão conta de que os investimentos caíram a cerca de um terço do total do ano passado e milhares de companhias locais fecharam por causa do aperto no crédito. As informações são da Dow Jones.