Verba anual do governo federal irá custear a rede de
atendimento do programa Crack, é Possível Vencer
A Prefeitura de Santo André receberá repasse anual de R$ 6,4 milhões para custear a rede de atendimento do programa Crack, é Possível Vencer, do governo federal. O município é o primeiro do Brasil a aderir à iniciativa. Outros 14 Estados também fazem parte da ação.
Com o pronunciamento oficial da adesão ao programa, feito ontem pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, Santo André será beneficiada até 2014 com 25 leitos de Saúde Mental, três Caps (Centros de Atenção Psicossocial) 3, um Caps Infantojuvenil e um Caps AD (Álcool e Drogas) 24 horas.
Atualmente a rede de atendimento na cidade dispõe de um Caps AD, um Caps Infantojuvenil e dois Caps 3. Tal estrutura recebe verba anual de R$ 2,4 milhões. Com a ampliação prevista para o atendimento, serão R$ 4 milhões a mais por ano. "O crack não é problema exclusivo de morador de rua. É um desafio que envolve os governos municipais, estaduais, federal e toda a sociedade", garante Padilha.
Durante a visita, o ministro também inaugurou 17 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) adulto no CHM (Centro Hospitalar Municipal), entregou a reforma de outros 17, abriu a primeira República Terapêutica 24 horas do município e anunciou o início dos trabalhos do Consultório de Rua.
"Contratamos equipes e montamos o consultório, que é uma extensão dos serviços da Saúde Mental. Já o acolhimento transitório tem a função de reinserção social", destaca o secretário de Saúde, Homero Nepomuceno.
O prefeito Carlos Grana (PT) reconhece que a maior deficiência do município é na área da Saúde. "Mas muito trabalho foi feito em pouco mais de 100 dias, principalmente com a parceria do governo federal."
Inicialmente, as áreas de atuação das equipes do Consultório de Rua serão o Jardim Elba, na divisa com a Capital, e o núcleo Tamarutaca, onde há concentração de usuários de drogas.
Já a Residência Terapêutica servirá como ponto de acolhimento transitório para adultos em tratamento contra a dependência em álcool e drogas. No imóvel, alugado pela administração, há oito vagas.
O pintor Renato Ferreira de Góes, 36 anos, que hoje faz tratamento no Caps e depende do abrigo municipal para dormir, é um possível morador do local. "Estou muito ansioso porque é uma chance de voltar à sociedade. Já fui gente um dia, fui casado e tenho um filho de 8 anos. Morar aqui será como ganhar na loteria."
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