O mandatário do PTB paulista, Campos Machado, fez convite oficial ao ex-prefeito de Santo André Aidan Ravin (PTB) concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados pela sigla na eleição de 2014. Embora o petebista seja sondado por outras legendas, o presidente partidário confia na permanência do ex-chefe do Executivo e abriu a possibilidade, cogitando firmar dobrada com o médico - o dirigente confirmou que disputará a reeleição para deputado estadual no ano que vem.

Primeiro secretário do diretório estadual petebista, Carlos Thadeo afirmou que a direção deu livre arbítrio para Aidan escolher o cargo eletivo a ser concorrido, garantindo toda a estrutura e apoio no páreo. "Ele (ex-prefeito) ficou com o direito da escolha, inclusive para (deputado) federal. O Campos avalizou dar legenda e respaldo em sua decisão", disse o integrante da executiva, acrescentando que a adesão "será do deputado Campos e do partido".

O presidente petebista teve quatro reuniões com Aidan desde janeiro, quando o petebista deixou o Paço andreense após derrota na reeleição municipal para o petista Carlos Grana. De lá para cá, o ex-prefeito tem recebido convites para trocar de sigla, o que de certa forma interessou por conta da eventual facilidade de eleger-se por outras legendas, como PV, PSB e, mais recentemente, da MD (Mobilização Democrática), resultado da fusão entre PPS e PMN.

Thadeo avaliou que a linha de corte do PTB não será problema para Aidan ou outro quadro interessado em integrar as fileiras da sigla. Segundo ele, a contagem mínima de votos para ter sucesso eleitoral no partido ficou na margem de 80 mil sufrágios em razão de coligação que não foi concretizada em 2010. "Não deu certo o planejamento. Saímos sozinhos. Isso acabou aumentando (o índice). A linha ficará de 65 mil a 70 mil votos, assim como na maioria das legendas."

Aidan não definiu o caminho a seguir no processo eleitoral. Sem descartar saída, o ex-prefeito reúne-se com a bancada de vereadores do PTB de Santo André hoje num café da manhã. No encontro, ele tende a colocar sua vontade frente ao pleito, evitando, por enquanto, sacramentar o partido em que entrará na corrida pelo voto - conforme a legislação, o petebista tem até fim de setembro, ou seja, um ano antes da eleição, para bater o martelo.

O ex-prefeito sente-se desprestigiado pelo fato de até agora, quatro meses depois de entregar a Prefeitura, não ter sido alocado num posto que lhe dê evidência eleitoral. Não houve resposta quanto a ocupar cargo no governo do Estado, assim como ocorreu com o ex-prefeito de São Caetano José Auricchio Júnior (PTB) - em janeiro, o correligionário foi convidado a comandar a Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude. Além disso, o ex-chefe de Ribeirão Pires Clóvis Volpi (ex-verde e com malas ao PTB) também teve respaldo para ser adjunto na mesma Pasta.

Próximo a Aidan, o vereador Ailton Lima (PTB) afirmou que o ex-prefeito demonstra por palavras a intenção em ficar na sigla. "Ele sente-se capaz de alcançar a média para ser eleito. Vejo com mais possibilidade a estadual, mas na política podemos considerar a hipótese de sair a federal." O correligionário Luiz Zacarias vê com ansiedade a reunião. "Não dá para ficar nessa situação. Temos de resolver essa lacuna."