Na véspera do Natal, uma mulher derrubou o papa
na Basílica de São Pedro ao lado de 30 cardeais
O papa Bento XVI pediu um tratamento humano aos imigrantes obrigados a deixar seus países por fome ou intolerância, ao anunciar nesta sexta-feira a mensagem de Natal 'Urbi et Orbi' (À cidade e ao mundo) na praça de São Pedro, poucas horas depois da agressão que sofreu por parte de uma mulher com transtornos mentais.
Fontes do Vaticano já haviam anunciado que o sumo pontífice manteria inalterada a agenda de Natal, apesar de susto que passou pouco antes da Missa do Galo na noite de quinta-feira.
"Diante do êxodo daqueles que emigram de sua terra e por causa da fome, da intolerância ou da deterioração ambiental se vêem forçados a marchar para longe, a Igreja é uma presença que pede o acolhimento", disse o papa, que não aparentava problemas de saúde e estava sereno.
Da sacada da basílica de São Pedro no Vaticano, Bento XVI anunciou a benção de Natal e foi aplaudido por milhares de fiéis e turistas.
O papa também aproveitou a oportunidade para destacar o papel da Igreja na América Latina.
"Em toda a América Latina, o 'nós' da Igreja é fator de identidade, plenitude de verdade e caridade, que não pode ser substituído por nenhuma ideologia", destacou o chefe da Igreja Católica,
Nesta parte da benção, Bento XVI ressaltou Honduras e pediu que o país, em crise desde a destituição do presidente Manuel Zelaya, retome o caminho institucional.
Bento XVI fez ainda um pedido de "respeito aos direitos inalienáveis de cada pessoa e a seu desenvolvimento integral, ao anúncio de justiça e irmandade, fonte de unidade".
Na mensagem, o pontífice reconheceu que "a família humana está profundamente marcada pela grave crise econômica, mas antes de caráter moral e pelas dolorosas feridas de guerras e conflitos".
Na véspera do Natal, a ítalo-suíça Susanna Maiolo, aparentemente com problemas psíquicos, superou a barreira de segurança e derrubou o papa quando este avançava pela Basílica de São Pedro ao lado de 30 cardeais.
Mas Bento XVI, de 82 anos, se levantou rapidamente e celebrou a Missa do Galo, a quinta de seu pontificado, que pela primeira vez começou às 22h, e não meia-noite, para evitar o cansaço do Papa.
A mulher, de 25 anos, foi hospitalizada, anunciou o porta-voz do Vaticano Federico Lombardi.
As imagens da televisão mostram Susanna saltando a barreira de segurança, puxando o papa e derrubando o pontífice.
A mulher, que já havia tentado se aproximar do papa na Missa do Galo do ano passado, foi interceptada pelos serviços de segurança e interrogada na quinta-feira à noite pela polícia do Vaticano, antes de ser transferida para um hospital.
No incidente, o cardeal francês Roger Etchegaray, de 87 anos, também caiu e fraturou o fêmur.
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