Cerca de 25% dos trabalhadores no setor do comércio são jovens com idade entre 16 e 24 anos e com baixa escolaridade. É o que revela balanço do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) realizado em seis regiões metropolitanas do País.

De acordo com o estudo, a organização do setor, que incorpora desde grandes redes nacionais e internacionais até uma imensa quantidade de micro e pequenos estabelecimentos familiares demanda um grande número de trabalhadores, o que explica a expressiva presença de jovens no comércio.

"O setor também possibilita a inserção do jovem em inúmeras funções não especializadas e de baixa remuneração, que, em geral, não exigem experiência e qualificação", explicou a supervisora regional do Dieese-SP, Eliana Elias.

O levantamento revela que o salário médio de um jovem comerciário entre 16 e 24 anos em São Paulo é de R$ 653,00, 59,8% a menos do que ganha um trabalhador adulto (acima de 25 anos) cujo salário atinge R$ 1110,00.

A maioria (64,6%) dos comerciários jovens em São Paulo trabalha sob o regime da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), enquanto que 21,3% estão em situação informal.

Um dado preocupante e que representa um desafio é com relação a educação desses jovens comerciários, pois, segundo o Dieese, em São Paulo, somente 25,3% desses trabalhadores estudam. "Esse é um dos principais problemas que temos que enfrentar, pois isso dificulta a ascensão profissional desse trabalhador ao longo do tempo", comentou Eliana.

O estudo também revelou que em grupos cujas famílias tem menor poder aquisitivo, 68,1% da renda familiar é formada pelo salário desses jovens. Já onde a renda das famílias é maior, a participação cai para 20,4%.