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Nada a declarar
Secretário de Saúde de Mauá se esquiva sobre Nardini

Paulo Eugenio não responde questionamentos da reportagem sobre crise que se arrasta há 10 meses

André Vieira
Do Diário do Grande ABC
16/04/2009 | 07:23
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Vice-prefeito e secretário de Saúde de Mauá, Paulo Eugenio Pereira, se recusou ontem a falar com a reportagem do Diário sobre a crise da Saúde do município, que se arrasta há dez meses e atinge o paroxismo na precariedade de infraestrutura e atendimento de sua principal unidade, o Hospital Doutor Radamés Nardini.

Interpelado quando saía da reunião com os demais secretários de Saúde da região em encontro sediado durante a manhã no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, em Santo André, o titular da Pasta nada declarou sobre os problemas do setor na cidade.

Perguntado sobre como a administração pretende construir um pronto-socorro, uma das saídas apontadas na última reunião dos prefeitos no Consórcio, ou sobre a situação do hospital e dos motivos pelos quais o município não elaborou o relatório técnico solicitado pelo Ministério da Saúde, que viabilizará possível socorro do governo federal, Paulo Eugenio preferiu o silêncio.

A tentativa de entrevista para ouvir explicações da maior autoridade de Saúde do município começou no saguão da entidade e terminou, sem sucesso, à frente de um estacionamento em rua contígua.

A atitude do secretário demonstra a apatia com que o governo Oswaldo Dias (PT) vem tratando o tema. Até o momento, a "reforma funcional" anunciada pelo prefeito no início de seu mandato, em janeiro, não foi realizada e também não houve qualquer atitude concreta de pedido de auxílio aos governos estadual ou federal.

A crise na Saúde de Mauá se agravou no segundo semestre no ano passado. Seu ápice foi marcado pelo desabastecimento de remédios e materiais médico-hospitalares, falta de profissionais e muita demora para atendimento da população.

De concreto, por ora, nenhuma ação tomada pelo Executivo foi capaz de trazer determinante melhora no serviço. Algumas falhas ainda podem ser percebidas, como a longa espera por uma consulta, o baixo estoque de produtos e o quadro reduzido de pessoal.

Atendendo a recomendação do secretário, o Diário enviou as perguntas sobre o atendimento, mas a administração não se pronunciou.

Reunião - O coordenador do grupo de trabalho e secretário de São Bernardo, Arthur Chioro, afirmou que no encontro entre os administradores de Saúde da região, não foram discutidos problemas específicos de cada cidade, apenas a formatação e planejamento da equipe.

Pacientes apontam falta de materiais em hospital

Juliana Ravelli

O risco de contaminação no Hospital Doutor Radamés Nardini, em Mauá, está longe do fim. O motivo é simples: faltam materiais básicos de higiene pessoal e limpeza, como sabonete e álcool. A denúncia foi feita por familiares de pacientes revoltados com a situação.

Ao que tudo indica, as últimas vistorias realizadas pelo Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) em novembro não foram suficientes para que o problema fosse solucionado. Na ocasião, os relatórios encaminhados ao Ministério Público mostravam falhas na infraestrutura, sujeira e risco de contaminação entre profissionais e pacientes.

A ajudante geral Ana da Silva, 28 anos, afirmou que assustou-se quando soube que não havia álcool para limpar o colchão em que a filha de sete meses dorme há cinco dias. Além disso, explica que teve de levar sabonete para dar banho na criança e complemento alimentar para engrossar o leite dado no hospital.

"Não tem álcool nem sabão para lavar as mãos para entrar na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Só lavamos com água", afirmou a dona de casa Elaine Ferreira Monteiro, 26, que tem o pai de 51 anos internado no local.

Sem solução - A falta de materiais médico-hospitalares e remédios, que afeta os equipamentos de Saúde de Mauá, se arrasta há pelo menos nove meses. A situação se agravou quando a Home Care - empresa responsável pelo gerenciamento e distribuição - rompeu contrato com a administração por falta de pagamento.

Em janeiro, o Diário publicou reportagem em que profissionais reclamavam sobre a estrutura precária do local. No início do ano também faltavam esparadrapos, linhas para suturas e fraldas geriátricas, entre outros produtos.

A Prefeitura de Mauá informou que não há registro de falta de materiais de limpeza no Nardini. Anteontem, "temporariamente, houve falta de sabonete líquido e vaselina, mas a administração providenciou reabastecimento".

O fato teria ocorrido devido à compra dos produtos ser realizada em caráter emergencial, o que depende da regularidade na entrega por parte dos fornecedores.

 




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